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Depois do que pareceu uma eternidade para ler um livro tão curto, terminei. E... bom, vamos lá. Eu consigo entender o appeal e a importância de Fahrenheit 451, é claro que consigo. O que não entendo é como eu nunca tinha ouvido falar sobre o posicionamento do autor em relação a movimentos sociais e minorias, uma posição que ele deixa bem clara não apenas no decorrer do livro — quando praticamente culpa o “mimimi” desses movimentos pelo início das queimas de livros —, mas também, na edição que li, num texto chamado Coda, em que ele disserta sobre várias mensagens que recebeu, pedidos para que altere a situação de mulheres, negros e outras minorias em suas histórias. A conclusão de Ray Bradbury é a seguinte:
Mas a face dos meus livros ou dos meus contos ou poemas é onde seus direitos terminam e meus imperativos territoriais começam, correm e comandam. Se os mórmons não gostam das minhas pecas, que escrevam as deles. Se os irlandeses detestam meus contos em Dublin, que aluguem máquinas de escrever. Se os professores e os editores das escolas elementares acharem que minhas frases quebra-queixos partirão seus dentes-de-leite, eles que comam bolo rançoso embebido em chá diluído da sua própria maldita produção.