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Em geral: bem doido.
O livro começa com uma premissa interessante de brincar um pouco com a antirreligiosidade comunista e faz isso bem, mas só fica mais e mais caótico. Sem uma linha base mais clara a seguir, ele me perdeu um pouco no segundo terço. Ações não têm origens ou objetivos aparentes e os focos mudam o tempo todo, uma atmosfera caótica que faz sentido e poderia funcionar, mas se alonga bastante, na minha opinião, a ponto de se perder.
A segunda metade do livro é bem diferente em alguns aspectos e acaba seguindo alguns personagens por um caminho narrativo mais compreensível, acho que foi o que me fez terminar de ler com mais gosto. Além disso tudo, Bulgakov faz uma coisa que gostei muito em alguns momentos, que é criar uma imagem de início incompreensível pra só depois explicar o que de fato está acontecendo. Achei que isso dá um efeito mágico muito legal a situações por vezes banais. Ele também passa muito bem a atmosfera caótica e intimidante da russia stalinista até onde sei.
Enfim, acabei gostando muito de alguns detalhes e achando outros meio decepcionantes, mas também sinto que poderia ter apreciado melhor se tivesse alguns conhecimentos complementares sobre Fausto e sociopolítica russa por exemplo.