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Leonardo da Vinci é um gênio no sentido mais literal possível da palavra. A escrita de Walter Isaacson é leve e torna até os momentos monótonos da vida de Leonardo emocionantes. É satisfatório descobrir como Da Vinci lidava tranquilamente com questões sexuais, como era interessado em biologia, e que fez descobertas na medicina que nunca foram publicadas. Ele observava pássaros e tentava compreender como eles voavam. Isso tudo pelo prazer de conhecer. Para seu próprio mérito, até mesmo quando estudou óptica, era com o único objetivo de tornar suas obras artísticas mais belas — muitas vezes, essa obsessão pelo perfeccionismo o impedia inclusive de terminá-las. E é de extrema satisfação perceber Leonardo em seus manuscritos descrevendo que a história bíblica do dilúvio é extremamente improvável, e que o fato de encontrar conchas em montanhas, dispostas em estratos diferentes e organizadas, indica que provavelmente as montanhas já estiveram no nível do mar e por um processo lento e gradual, as conchas foram depositadas, contrariamente ao mito que relata uma tragédia divina vingativa e súbita, no qual, as conchas estariam espalhas de forma desigual, em um único estrato.
Como bem resumiu o próprio biógrafo:
“O maior gênio da história era filho ilegítimo, gay, vegetariano, canhoto, muito disperso e, às vezes, herético.”