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O livro começa com a notícia de morte da supermodelo Lula Landry, a quem a crítica adora incontestavelmente. Agora a notícia corre pelo mundo inteiro como a de suicídio mas, três meses depois, Cormoran Strike deve provar que, na verdade, se tratou de um assassinato.
Narrado em terceira pessoa, O chamado do Cuco não deixa espaço para cansar a leitura desde a primeira página. O detetive é contratado logo no início por John Bristow, irmão adotivo de Lula, que foi adotada pela família, e o caso de desenrola com a ajuda da secretária Robin, contratada ao acaso temporariamente.
O noivo de Robin acredita que ela não esteja no lugar certo, que deveria estar em uma carreira mais sólida e tradicional, embora essa não seja a sua vontade desde o primeiro dia em que começou a prestar seus serviços como secretária do detetive Strike. Ela é inteligente, perspicaz, proativa e muito bonita - não tanto comparada a Charlotte, ex-mulher de Strike, por quem ele sofre durante boa parte do seu tempo.
Entre entrevistas com os suspeitos do crime e todos àqueles que têm alguma ligação com Lula, Strike conduz a investigação sempre de maneira muito inteligente, e a escrita do livro faz com que o leitor pense junto, como o detetive, confabulando e criando teorias sobre quem possa ter matado a modelo. Dessa maneira, a leitura se torna cativante e impossível de ser deixada de lado.
Me senti preso ao texto como em Harry Potter. É impossível tentar não comparar de alguma maneira as duas obras, que não têm nada em comum, a não ser J. K. Rowling, a autora, sob o pseudônimio de Robert Galbraith. A inteligência com que os fatos são desenrolados e a maneira com que os cenários e atitudes são descritas é bem feita ao ponto de se imergir na história, capacidade que a autora tem desde o seu primeiro grande sucesso.
O chamado do Cuco é um livro que eu esperava ler há muito tempo. Não é prolixo em nenhum momento e em todas as páginas temos informações importantes, seja sobre o pensamento e a vida de algum personagem ou sobre o crime cometido. É muito fácil ligar os elementos apresentados no começo da história quando eles retornam à tona vários capítulos depois.
Desde o primeiro é fácil fazer ligação entre os personagens e suas características físicas, fazendo com que o leitor se apegue a um ou outro até o fim. Também há aqueles sobre os quais duvidamos, e para com quem ficamos com a pulga atrás da orelha por um bom tempo.
Terminei a leitura em êxtase e me perguntando porque os livros que trazem como temática o meio policial não seguem o mesmo exemplo. A leitura é fácil, embora permeada de detalhes necessários, pensamentos complexos e atitudes suspeitas. Consegui imaginar claramente as cenas em uma tela de cinema, e ficaria muito feliz em ver como se desenrolaria essa história nas telonas.
Resenha do livro no blog Epigrafia Alternativa