Professor Feelgood

Professor Feelgood

2018 • 348 pages

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Quando li a sinopse desta história, fiquei intrigada com a forma como a autora iria lidar com a questão da “escrita por encomenda” de uma celebridade do Instagram e conforme os capítulos foram passando, me vi completamente envolvida não só na problemática do processo de escrita, mas em todo o contexto dos personagens. E, deixe-me te dizer, esta foi uma leitura e tanto.
Comecei a ler Professor Feelgood sem saber exatamente o que esperar porque não li o primeiro volume de Masters of Love, Sr. Romance - irei corrigir isso nos próximos dias porque não consegui me segurar e passei na livraria. Mas por serem histórias praticamente independentes, apesar dos spoilers leves sobre o final do primeiro volume (que, sendo sincera, não eram bem spoilers), não tive nenhum problema em me divertir e me envolver com a trama de Asha e Jacob.
Temos aqui, então, a história de Asha Tate, uma assistente editorial que para conseguir ser promovida precisa encontrar o novo best-seller que irá salvar a editora em que trabalha. Ela vê sua chance chegar quando tem a ideia de convidar um homem, autointitulado Professor Feelgood, que acompanha no Instagram a publicar um livro - com base em seus milhões de seguidores e na profundidade das palavras de seus poemas e imagens, ela sabe que qualquer coisa que ele publicasse seria um sucesso. A partir disso acompanhamos os dois, Asha e Jake, o Professor Feelgood, tentando trabalhar na escrita de um livro e tateando ao redor de seus problemas do passado - porque é lógico que o Professor seria o ex-melhor amigo dela (quem não adora esse tipo de drama, não é mesmo?).
Asha é uma personagem muito interessante e complexa - e se você já leu Mr. Romance, sabe que ela é irmã de Eden, a protagonista do volume anterior. Acompanhar seu ponto de vista é simplesmente uma delícia porque ela é uma personagem com quem podemos nos relaciona/ver completamente. Ela é uma profissional dedicada e com humor afiado que precisa lidar com os avanços indesejados de um colega de trabalho; é uma irmã e amiga muito boa e presente. Mas por uma série de questões, ela não consegue se envolver fisicamente com seus namorados e se sente frustrada e quebrada por isso - e a autora conseguir tratar deste tema de forma tão precisa e real me deixou extremamente satisfeita porque é algo pelo qual muitas mulheres passam sem entender o por quê.

Venha pra mamãe, Professor Músculos do Pôrno Literário. Deixe-me desfrutar da sua genialidade. (p. 33)


Olhando esse baú de palavras, me sinto como um maconheiro que acabou de achar um estoque inesperado e gigante do melhor haxixe. (p. 178)



Você não deveria ter que lutar por amor, Asha. Esse é todo o ponto. Se duas pessoas se amam, não deveria existir nada que as mantivesse separadas. Mas isso só funciona se as duas se sentem da mesma forma, ao mesmo tempo. E não importa quão romântica você seja, você precisa admitir que as chances de isso acontecer são raras. (p. 212)



Se você já tivesse lido um livro de romance, Devin, saberia que há muito mais neles do que só erotismo. Eles empoderam e inspiram as mulheres. Eles confortam e, sim, às vezes excitam. Não consigo acreditar que você tenha tantos preconceitos a respeito de um gênero inteiro, especialmente considerando que esses “romances ruins” são o que mantêm essa editora funcionando. Ano após ano, as vendas de romances comprovam que o poder de compra das mulheres é... (p. 24)



Existe um ditado que diz que o amor é só uma amizade que pegou fogo, e ele não podia ser mais verdadeiro. (p. 296)
December 9, 2018