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Bom, foi difícil começa-lo a ler porque, bem, não estava a conectar-me com as personagens nem com a história (como disse no início). No entanto, a medida que fui lendo, apercebi-me que estava a gostar cada vez mais das personagens.
Primeiro, é um tema pouco falado nos livros: a diferença das raças e a injustiça que existe. Segundo, cria uma ligação com a personagem que sofre com essa perda o que nos faz pensar mais sobre este assunto. E terceiro, ninguém tem direito de tirar uma vida só porque é preto/branco, traficante/certinho, novo/velho, por mais que pareça certo.
Eu acho que além de ser um livro sobre uma morte injusta por causa das raças, também é sobre como reagimos sobre uma morte em geral. Por exemplo, todos nós já vimos notícias de uma pessoa morta e o nosso pensamento é do género “oh! olha, mais um!” e passamos para a próxima, como no livro, muitos deles criam os hashtags sobre a morte do Kalil, mas poucos os que realmente sentem a pena.
Depois entra a parte do racismo “invisível”, o que eu quero dizer com isso, é que nós somos racistas mesmo quando parece que não somos, como o caso do polícia que o matou. Ele até pode ter tido amigos de outras raças, mas o facto de estar naquele bairro e saber por exemplo que o Kalil podia ter drogas e tê-lo morto sem razão nenhuma assumindo que é “preto que vende droga”, faz dele um racista mas que ele próprio pode achar que não foi acto de racismo mas sim de defesa. E como foi o caso da amiga dela, que mandava piadas esquecendo que isso podia magoar a Starr.
Gostei muito da atitude do namorado dela - Chris, a maneira como ele não queria saber das diferenças deles além de raciais mas também de estatutos. Ele um rapaz típico branco cheio de dinheiro e ela típica rapariga negra do guetto, no entanto a relação deles era completamente natural e sem qualquer preconceito!
No geral, achei o livro interessante, o tema e os problemas que ela infretava pareciam reais e eu acreditei na história dela. E acho que quando um livro consegue fazer isso, quer dizer que fez bem o seu trabalho!