The Jane Austen Society
2020 • 336 pages

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15

· 2,5 ★

Tentei, juro que tentei amar. Mas, man... poderia ser melhor.
Pode ser que o efeito negativo tenha sido porque imaginei, ou coloquei uma expectativa muito grande de encontrar um “Sociedade Literária”(e os feelings e relações entre pessoas no desenrolar do grupo) mas com a abordagem Jane Austen.

Pior que começou muito bem.
Apresentação de uma gama de personagens bem estruturados, com mais um POV (até mesmo do “vilão”), relatando as várias histórias de cada personagem e como eles se relacionavam aos antes e pós guerra; bem como, pelo local que viviam, foram influenciados por Jane Austen cada um a sua maneira.

Achei ousado.

Mas daí... a estória desandou.
Mesmo com aquela virada na página de que Adam era um dos herdeiros, que foi um momento OH!, ainda assim... a votação... que escolheram por ele não falar lada para manter a moral e os bons costumes, porque não queria fofocas da vizinhança. Entendo que, talvez, tenha sido uma alternativa que a autora encontrou para que Mimi não casasse com Jack, o vilão. No entanto, achei fraco.

E senti uma falha grotesca na intenção do livro. Se tem o ímpeto de descrever uma cena de estupro, por “menor” que seja, tem-se que haver um balanço para relatar formas de amor também. Ou uma punição a cena como um todo.
Foi muito bizarro, fora do tom da narrativa ter um conteúdo como esse dentro da vida de uma das personagens Mimi e relevar o assunto.

Outro incomodo que tive foi com relação as descrições das “personalidades” das pessoas em relação a suas idades. Uma errada BOA nas idades do pessoal e da distinção do que é ser velho ou novo, mesmo para o período. Francis parecia uma senhora de 90 anos quando não tinha mais que a faixa de seus 40 e poucos. A diferença de idade entre Ben e a professora não era tão grande (meus pais tem 13 anos de diferença, veja bem. Acho que é mais ou menos a diferença entre Adeline e Doc. Grey). Adam e Eve (16) seria razoavelmente questionável.
Sei que é um detalhe, mas foi perturbador.

Além dessas, havia nichos ou inícios de linhas de estórias que seriam bem mais interessantes do que... o que foi feito.
A “singela” indicação de Mimi para Adam ler Austen, e este o fazer, e anos depois, se encontrarem para uma sociedade da mesma autora, e daí desenvolverem um relacionamento, é uma linha de desenvolvimento do destino muito mais interessante.
Como o personagem que surgiu do nada com sotaque escocês terminou com Adam foi um mistério a ser desvendado.
Por que Liberty era a nemesis de Adeline e pra quê?
Por que a mãe do Adam era mais doida que o batman?
Teve outros pontos que ocorreram ao longo do livro que fiquei muito, muito ansiosa para ver o desenvolvimento e terminou com vários nadas.

Tirando isso, não vi mais nada digno de nota. Nada.
Pensei que ficaria horas descrevendo como Jane Austen influencia muitas pessoas até nos dias de hoje, séculos depois da publicação de seus livros, e como a cada releitura, gera uma nova interpretação, uma nova nuance é revelada e, como os livros mudaram e melhoraram a vida dessas pessoas. Tem-se essa “pegada”, mas achei exaltado em exagero a ideia de ler apenas Austen.
ps: mesmo com a entrevista no final - a autora parece ser uma pessoa muito simpática, que fala pelos cotovelos, mas simpática. Pareceu um remendo para justificar o livro mal-amarrado

ps: mesmo com a entrevista no final - a autora parece ser uma pessoa muito simpática, que fala pelos cotovelos, mas simpática. Pareceu um remendo para justificar o livro mal-amarrado

July 2, 2020Report this review