The Rake

The Rake

1997 • 461 pages

Ratings6

Average rating4

15

Como se vingar de um cretino tem um interessante fio condutor da narrativa: Georgina e Tristan têm passado os últimos anos se desentendendo e todos sabem disso. O que todos não sabem é que os dois possuem um passado juntos e que é desse passado que o relacionamento tempestuoso dos dois teve início. É, como esperado, esta relação que é explorada neste primeiro volume.
Pessoalmente, gosto dos romances que trazem uma segunda chance para os casais e o “de inimigos a amantes”, apesar de muito utilizado, ainda é uma fórmula que funciona muito bem – principalmente com Georgina e o visconde Dare. É sempre um desafio, ao meu ver, fazer com que histórias que tragam essa “segunda chance” funcionem – existem n possibilidades que podem fazer com que o apelo para a segunda chance não funcione –, mas Suzanne Enoch conseguiu juntar todas as pontas e simplesmente fazer funcionar.
Temos então Georgina e mais duas amigas, Evelyn e Lucinda, que são bastante cínicas quando se trata de homens e seu tratamento destinado às mulheres. Cada uma possui uma lista de lições [sobre o amor] e Georgina acha que Tristan é um dos homens que mais merece aprender alguma coisa. Em um primeiro momento, o plano de Georgina me pareceu um tanto infantil, mas ainda assim muito engraçado e acabei entendendo o porquê de ela precisar ensinar uma lição ao visconde. E obviamente, ela não conseguiria resistir a ficar perto dele para isso.
Uma característica que achei muito interessante em Tristan é o fato de ele sempre aceitar a raiva de Georgina – e entender que ela estava certa em ter essa raiva. Acho que isso fez com que fosse mais fácil também entender seu ponto de vista – e porque ele deixou que seis anos se passassem alimentando a raiva da moça. Uma coisa que os dois personagens aprenderam aqui é que suas ações da juventude sempre têm consequências que irão explodir em algum ponto de suas vidas.
Então sim, os dois personagens principais são muito bons. Mas também temos vários outros personagens que são um prato cheio para a narrativa. Todas as cenas com a família de Tristan são ótimas – todos tão diferentes entre si e tão complexos, como realmente são as famílias.
A narrativa não perdeu o ritmo em nenhum momento graças Às interações entre Georgina e Tristan – tivemos uma ou outra cena que pareceu fora do lugar e extremamente boba (como o escândalo com Amelia), mas nada que prejudicasse a leitura. É bastante claro, para mim, que uma história com uma heroína inteligente está fadada ao sucesso. E, é claro, o humor em suas cenas é um ponto extra.
Provavelmente o momento em que li não me ajudou muito a me deixar envolver realmente com a história, mas não posso negar que é um bom livro. É uma história bonita, leve até. E a forma como o casal resolve seus problemas funciona bem com o que é proposto em sua trama.