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Esta obra busca ser uma radiografia do tempo e da cultura do século XXI, pelo olhar inconformista de Mario Vargas Llosa. A banalização das artes e da literatura, o triunfo do jornalismo sensacionalista e a frivolidade da política são sintomas de um mal maior que afeta a sociedade - a ideia temerária de converter em bem supremo a natural propensão para as pessoas se divertirem. No passado, a cultura foi uma espécie de consciência que impedia o virar as costas à realidade. Agora, atua como mecanismo de distração e entretenimento. A figura do intelectual, que estruturou todo o século XX, desapareceu do debate público. Ainda que alguns assinem manifestos e participem em polémicas, o certo é que a sua repercussão na sociedade é mínima. Conscientes desta situação, muitos optaram pelo silêncio.
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Ensaios e uma coletanea de artigos pelo próprio escritos em que se reflete sobre a cultura, o seu papel, o seu estado e a sua degeneração. Alarga a reflexão à política, moral, economia e até religião.
Algumas das reflexões levam, a meu ver, a conclusões insuficientemente suportadas, nomeadamente que o retroceder da religião cristã tenha originado o desvirtuamento da cultura. Livro bem escrito, mas algo incompleto.