«Tudo — e todos — têm uma história, "casos de todos os dias e de muitas vidas". Um canto de chão lá no quarto, entre um armário e uma parede, uma pedra que vivia numa pedreira, a mamã que está sempre a dizer para ter cuidado com as coisas, os olhos da Sofia que perderam a cor, o cão que ladra e que parece mau. "A Inocência das Facas", o livro mais recente da editora Tcharan, explora temas sempre actuais como a violência de género, os preconceitos e os desencontros de diverso tipo entre as pessoas. O livro, que nasceu de um desafio da delegação da Cruz Vermelha da Trofa, abre com um texto de José Saramago que David Pintor ilustra, e este é o modelo que acompanha toda a obra, que se desenvolve em pares: as palavras de um escritor encontram uma representação gráfica nas cores e nos traços de um ilustrador.
São estes os encontros: Filipa Leal e João Vaz de Carvalho, Raquel Patriarca e Cristina Valadas, Manuela Costa Ribeiro e Anabela Dias, Marta Bernardes e Marta Madureira, Manuel Jorge Marmelo e Evelina Oliveira, Adélia Carvalho e Patrícia Figueiredo, Valter Hugo Mãe e Teresa Lima, Inês Fonseca Santos e Alex Gozblau, Emílio Remelhe e Gémeo Luís, Álvaro Magalhães e Maria Remédio, e Afonso Cruz (que ilustra o seu próprio texto). Lá dentro, as histórias sugerem "encontros de sensibilidades de escritores e ilustradores, de palavras e imagens que sugerem gestos e comportamentos, vidas interiores, o calor ou o frio dos sentimentos, dos objectos e dos espaços de personagens, de pessoas (e de animais) em que o leitor se (re)vê ou reconhece o mundo que o rodeia. Um livro para ver e pensar temas que muitas vezes nos recusamos a ver e a pensar; uma obra que persegue a construção de um mundo mais civilizado e habitável".»
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