Ratings1
Average rating3
Tendo como ponto de partida uma genealogia ficcional das letras do alfabeto e de algumas palavras da língua portuguesa, 'A verdadeira história do alfabeto' pretende ser um itinerário que vai de A a Z, de Aardvark a Zearalenona. Entre as numerosas alusões que transparecem dos verbetes que compõem este volume, Jorge Luis Borges e as narrativas bíblicas são pontos de referência inescapáveis. Do mesmo modo, autores como Guimarães Rosa e Vladimir Nabokov dialogam com a mitologia indígena e os sonetos de Luís de Camões.
Reviews with the most likes.
Descobri Noemi Jaffe através deste vídeo (Noemi Jaffe e João Anzanello Carrascoza no #SempreUmPapo), longo, mas muitíssimo bom, em que ela e Carrascoza eram os entrevistados.
Fiquei maravilhada ao ouvi-los falar, e como já conheço e gosto bastante de Carrascoza, resolvi conhecer a Noemi.
Como por vezes tenho alguns problemas com a escrita de autores brasileiros, achei por bem começar com este livro de contos, e se a coisa desse para o torto eram só 128 páginas e pouco ou nenhum sofrimento.
Como nasceram as letras?
A autora brinca com as 26 letras do nosso alfabeto dando-lhes uma origem e uma palavra que foi criada juntamente com a letra.
A – Átomo
“ (...)Os átomos já existiam desde toda a eternidade e o infinito dos infinitos, desde o momento causador do caos, mas ainda não havia uma letra para designá-los.(...) ”.
Os contos são pequenos, e a autora com uma temática bastante variada vai-nos fazer viajar desde Adão no Éden à física quântica, passando pela antiguidade, de forma a apresentar-nos a história por trás de cada letra. Algumas das histórias são bastante divertidas.
É um livro para se ir lendo aos poucos.
Depois da letra Z temos um dicionário com alguns verbetes. Segundo a autora ela usou palavras que já existem no dicionário da língua portuguesa, mas que ninguém conhece/usa e inventou novos significados para cada uma. Cada palavra tem assim três novos significados, diferentes entre si, e que não têm nada a ver uns com os outros, e depois uma pequena nota imaginária, por ex:, ningres-ningres ou mebunje.
Viajei até à minha infância quando na roda de amigas jogávamos um jogo em que saía uma letra e tínhamos que escrever uma história onde predominassem palavras com a letra que nos tivesse caído em sorte.