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Cemitério de Pianos é o quarto romance de José Luís Peixoto. Os narradores, pai e filho, desvendam a história da família, que vive em Lisboa, e falam da morte: a morte como destino irremediável, ciclo ininterrupto, renovação e elo entre gerações.
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Nunca tinha lido nada de José Luís Peixoto e este livro foi como se tivesse levado com um piano na cabeça. Maravilhoso!
A história é simples, triste, bela, profunda, dolorosa, nostálgica.
A escrita é acessível mas carregada de riqueza. A mudança de narradores dá-nos uma ideia de algo eterno.
As personagens são bem desenvolvidas, por ex: Maria procura nos livros que lê, no Cemitério de Pianos, um sonho para viver sem saber que esse sonho não existe e que a música nunca sairá dos pianos.
Há um cuidado especial com os detalhes na descrição dos espaços. Há momentos em que fechando os olhos conseguimos ver-nos na oficina onde “Simão falava, contava histórias, inventava futuros” ou então a entrar silenciosamente no cemitério de pianos onde os poucos raios de luz que entram mostram que o pó deixa marca da sua passagem.
A morte é uma presença constante em todo o livro. A tristeza da morte, a morte dando lugar à vida e a morte na sua simplicidade dão a toda a narrativa um toque sombrio.
Deve ser lido devagar para saborear nas entrelinhas a profundidade e beleza das citações.
É daqueles livros que só fazem sentido ler com banda sonora, de preferência com peças de piano. Saltitei entre os Nocturnos de Chopin e algumas sonatas de Beethoven, Mozart e terminei com Ludovico Einaudi.