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Cidades mortas, publicado em 1919, reúne 25 contos, entre escritos de juventude e textos posteriores. Neles, Monteiro Lobato retrata de forma crítica e bem-humorada, os costumes provincianos dos povoados do interior do Brasil onde o poder é invariavelmente dividido entre o coronel fanfarrão e o vigário que faz acrósticos em latim. Depois da prosperidade promovida pela onda verde dos cafezais, só resta a esses lugarejos decadentes a nostalgia das grandezas de outrora: “Ali tudo foi, nada é. Não se conjugam verbos nos presente. Tudo é pretérito”. Assim se refere Monteiro Lobato a essas cidades no conto de abertura do livro.
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Cidades Mortas é composto por 25 contos que retratam a decadência, após o declínio do cultivo do café, das cidades do Vale do Paraíba. Tal como em [b:Negrinha 16008523 Negrinha Monteiro Lobato https://images.gr-assets.com/books/1347662273s/16008523.jpg 21774739] e [b:Urupês 31354401 Urupês Monteiro Lobato https://images.gr-assets.com/books/1470397821s/31354401.jpg 21380614] a ironia e a crítica social continuam bem presentes e afiadas.No conto de abertura, Cidades Mortas, e que dá o nome à colectânea, Monteiro Lobato dá o tom e retrata aquele cenário onde:“Ali tudo foi, nada é. Não se conjugam verbos no presente. Tudo é pretérito.Umas tantas cidades moribundas arrastam um viver decrépito, gasto em chorar na mesquinhez de hoje as saudosas grandezas de dantes.”Em A vida em Oblivion mostra como era patética a vida na cidade que se contentava em rodar os únicos três livros pela população. “Os intelectuais de Oblivion bebiam à farta naquela veneranda fonte. Em Bernardo abeberavam-se de “estilo e boa linguagem”, conforme afirmou um; no Rocambole truncado exercitavam os músculos da imaginativa; e no Paulo de Kock, os eleitos, os Sumos (os que sabiam francês!) fartavam-se da grivoiserie permitida a espíritos superiores.Essa trindade impressa bastava à educação literária da cidade. Feliz cidade! Se é de temer o homem que só conhece um livro, a cidade que só conhece três é de venerar. Veneração, entretanto, que não virá, porque o mundo desconhece totalmente a pobrezinha da Oblivion...”