City of Girls
City of Girls
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City of Girls
4 ★ solid stars
And almost a favorite book.
It's not a favorite because I don't know if I will ever read (or listen, in this case) that book again. Although... I'll keep the story in my soul for a long, long time indeed.
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Esse livro foi mais, muito mais impressionante do que eu imaginava.
Confesso que sou uma daquelas pessoas que tinha/tem um preconceito com Liz Gilbert após a hippie de Comer, Rezar, Amar (não pelo filme, mas pelo livro em si, que até hoje não consegui terminar e não sei como tantas e tantas mulheres puderam mudar a vida depois de ler... o que o livro propõe – por uma série de razões que não vem ao caso agora).
Mas então, encantada pela capa e por uma sinopse um tanto quanto atrativa – além da disponibilidade no Scribd deste livro para audiobook –, o desejo de dar uma segunda chance a essa mulher apareceu. E confesso que não me arrependo (me arrependo de não a [a autora] ter conhecido com esse livro, ao invés de sua eat pray love
Enfim, vamos ao que interessa.
O livro – lido beautifully por Blair Brown, diga-se de passagem – nos joga no momento da resposta de uma carta, para uma simples pergunta “O que você era para o meu pai?”. E para essa resposta, Vivian justifica que primeiro precisa explicar o que aconteceu na vida dela, até o momento do pai de Angela. E essa, senhoras e senhores, é a história de uma mulher que, com toda a certeza, fez muita cagada na vida.
Com muita vergonha que admito neste momento que Vivian é o tipo de pessoa que eu julgo. E com força, caso fosse alguém que eu conhecesse na vida fora das páginas de um livro.
Reckless, irresponsável, como diz meu pai “sem-futuro”, que faz as coisas mais pela libido do que pensando com o tico e teco; só que deu certo na vida porque teve pessoas que cuidaram dela – além de ter vindo de uma família já rica.
Sei que ela culpou a “juventude” pelas atitudes que tomou, pelo excesso de promiscuidade (que me fez, várias vezes, me perguntar se ainda deveria seguir com o livro, pois acreditei que não estava levando ao mais absoluto nada), pelas altas bebedeiras e irresponsabilidade.
Como alguém que passou a vida sendo certinha, caso conhecesse uma mulher/garota como ela, com 20 anos, buscando a quantidade de erros que ela buscava, a acharia o que obviamente ela era: um espírito vazio e facilmente influenciável, que não tem a capacidade de distinguir certo e errado. Por isso que, embora muito ríspido, eu tenha dado razão ao discurso de Edna sobre o que Vivian era (afinal, ela cuspiu no prato que comeu. Ou traiu a própria “mestre”), resumindo a mesquinhez, a vaidade e falta de senso da garota. Por mais que Edna não fosse alguém tão maravilhosa e amável quanto todo mundo falava que ela era (o que geralmente é a realidade – quando alguém é colocado no pedestal, é porque ela não é de todo verdadeira), ela estava certa.
Mesmo com toda a promiscuidade, durante a leitura, o que era narrado, ou o que aconteceu na vida de Vivian era tão interessante que me fez esquecer qual era a pergunta inicial para uma resposta tão longa quanto aquela.
De veras, você precisa conhecer o que aconteceu com ela, para entender o porquê Frank (sim, o pai teve seu nome lembrado finalmente!!) foi diferente e tão importante.
Foi então que nossa protagonista amadureceu, se tornou alguém digno de nota, com uma vida diferentona, muito à frente do seu tempo, com “a gente dela” ao redor, vivendo com a melhor amiga Marjorie (“Boutique, Vivian, boutique!”) – uma das personagens mais bacanas, mesmo em sua curta aparição, que merecia, sem a menor dúvida, mais atenção do que Celia.
Celia... foi uma das personagens mais tóxicas já escritas (ever). Há duas cenas em específico – além da história de vida por ela contada – que me fizeram ter frio na espinha. a cena do hotel, com os três homens, e o caso com Arthur, que levou a Vivian assinar o atestado de imbecilidade que ela tanto honrou na juventude E curioso que ela só percebeu o erro que era ter uma pessoa como aquela perto tanto tempo depois.
City of Girls é um ótimo título, que traz uma ideia muito diferente do O que vai acontecer ao longo do livro. Compreendo a escolha, e sua breve justificativa – já que foi onde e porque tudo aconteceu, e mudou.
Quando temos a apreciação do Tio Billy, Antony como “namorado”, Edna, o alcoolismo e orientação sexual de Peg (que na moral, achei meio óbvio), o jornal com a foto de Célia, Arthur e Vivian se beijando e o trio na cama que foi a coisa mais idiota. E a segunda cena mais idiota, quando Olive da um banho de falsa castidade nela para pedir redenção; a volta dela para casa, o táxi com Walter, o noivado e o término dele.
Então temos Frank.
𝙵𝚛𝚊𝚗𝚔.
Não, ele não é o personagem mais forte e com maior presença. Na verdade são 2 capítulos se muito.
Mas gostei imensamente da relação que os dois construíram, mesmo com a lástima do passado - não da perda de Walter, mas pelos dois. Pelos preconceitos que os levaram a nunca se verem de verdade (por mais que tivesse se olhado).
É curioso como a vida e o destino são cruéis e engenhosos.
Conhecer a única pessoa que amou verdadeiramente, sem poder toca-lo.
As vezes acontece isso. De amarmos o inalcançável.
E achei fascinante a escolha dessa abordagem para explicar quem foi Frank para Vivian.
E me emocionei a beça com o capítulo do vestido de noiva para Angela. Mas do que eu deveria. (32)
Ainda com a voz da narradora na cabeça, fico pensando que gostaria de ter minha vida narrada por ela, embora esta seja muito menos interessante – pois sempre fui a amiga certinha do grupo, embora minha aparência e língua afiada sugiram o exato contrário. Por isso, de certa forma, não consegui dar 5 estrelas, já que tudo isso poderia ser menos isso, com apenas um tico e teco mais, e focar nas personagens que realmente contaram no final.