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A minha memória da revolução é pueril: um grito ao amanhecer anunciando guerra em Lisboa entrelaçado com a promessa de que acabou o tempo das reguadas e com uma aula de canto oral. A imagem que me ocorre não tem cravos vermelhos no cano das metralhadoras. Não é também a dos sans-cullote a avançarem sobre a Bastilha, nem a do assalto ao Palácio de Inverno, reconstituído por Eisenstein. Essas são revoluções sem nada de pueril. Foram feitas de sangue e fúria. Talvez também de sonhos, mas é frequente os anseios revolucionários envelheceram mal. Nesta Granta, evocando o centenário da Revolução Russa, revisitamos sonhos e pesadelos, deixando aos historiadores e aos sociólogos a tarefa de interpretarem, com a objectividade possível, as grandes transformações sociais a que damos o nome de revoluções. O que a literatura investiga é de outra natureza: subjectivo, íntimo, ínfimo.
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