No essencial, Itinerários apresenta-se como uma série de notas de viagem. Viagens por várias cidades, por vários continentes, quase sempre em registo artístico. É assim que se visitam as casas de Goethe, Beethoven ou Chopin. Quando o objecto da meditação é, por exemplo, um rio, um árvore ou a noite, aí a aproximação a um pendor «oriental» (universo que não é estranho a Hatherly) ganha um interesse literário mais decisivo. Estão presentes as características mais interessantes da escrita de Hatherly. É o caso de uma imagética decididamente estranha mas que se mantém distante do veio surrealista; dos enunciados bizarros; das eficazes «redes vocabulares»; de uma ocasional febre exclamativa de genealogia holderliniana; de uma tensão fascinante entre o rigor e o desejo, entre o conceito de «harmonia» e o de «palimpsesto».
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