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Com a elegância e o talento a que já nos habituou, Chimamanda Ngozi Adichie cruza um momento determinante na história moderna de África com as vidas de cinco personagens inesquecíveis. A breve vida do Biafra enquadra o crescimento de Ugwu, um humilde criado de treze anos a quem o mundo se desvendará pela mão do seu senhor, Odenigbo, que, na intimidade da sua casa, planeia uma revolução. Este jovem professor universitário mantém uma relação apaixonada com a bela Olanna, cuja irmã gémea, Kainene, é alvo do amor desesperado de Richard, um jovem inglês a braços com sua identidade enquanto homem branco em África.Todos eles vão ser forçados a tomar decisões definitivas sobre amor e responsabilidade, passado e presente, nação e família, lealdade e traição. Todos eles vão assistir ao desmoronar da realidade tal como a conheciam devido a uma guerra que tudo transformará irremediavelmente.
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A República de Biafra foi uma pequena nação africana que apenas existiu durante 31 meses - 30 de Maio de 1967 a 15 de Janeiro de 1970. As ambições separatistas do povo ibo originaram uma guerra civil que virou uma das maiores tragédias humanitárias da história recente da África.
A luta pela independência teve como resultado a morte de mais de 1 milhão de pessoas, a maioria delas vítimas da fome, devido a um bloqueio do governo nigeriano que impediu o acesso de alimentos e medicamentos à região. Em 1970, Biafra acabou reincorporada à Nigéria.
A bandeira da extinta Republica do Biafra era tricolor horizontal: vermelho, negro e verde, na faixa negra um meio sol amarelo brilhando sobre uma barra dourada. O sol tem onze raios, representando as onze províncias constituintes do Biafra.
Meio Sol Amarelo tem como pano de fundo a guerra entre a Nigéria e Biafra. É através das suas personagens que ficamos a conhecer as várias realidades nigerianas, as suas tribos, tradições, hábitos e costumes, pessoas ricas e pobres, boas e más, pessoas solidárias e pessoas que lucram com a guerra.
Olanna, de etnia igbo, cresceu num lar endinheirado, estudou em Inglaterra e resolve mudar-se para o sul do país, Nsukka, e leccionar sociologia na universidade, ao lado de seu companheiro revolucionário Odenigbo.
Ugwu, um rapaz ingénuo e de origem humilde, trabalha como empregado de Odenigbo. Numa casa que recebe a visita de muitos intelectuais e onde ocorrem muitos debates, Ugwu começa a ter uma visão diferente das coisas.
Richard, jornalista inglês, decide ir para a Nigéria para pesquisar o povo ibo e escrever um romance. Apaixona-se por Kainene, irmã gémea de Olanna. É um europeu que se sente cidadão biafrense.
É com estas cinco personagens que acompanhamos as mudanças ocorridas ao longo de uma década, e assistimos a outras temáticas como a miséria, fome e guerra, e também os conflitos familiares, as discórdias e traições.
Achei que faltou profundidade à maioria das personagens, Odenigbo, por exempo, um homem cuja casa é o ponto de encontro entre intelectuais, e onde se discute movimento revolucionário é tido como radical e revolucionário, mas não se parece nada com isso, até é bastante enfadonho.
Com uma escrita bastante directa e muito clara Chimamanda escreve sobre um capítulo terrível da história, mas não são precisas 544 páginas para contar esta história, menos umas 150 e talvez tivesse um impacto diferente.
Aliás, depois de terminar o livro ainda resta uma pequena dúvida: e se retirarmos da narrativa a guerra do Biafra será que estas personagens tinham algum interesse?!