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O Homem que era Quinta-Feira é um “policial” com uma história de conspiração, cheia de alegorias e humor e que nos leva a muitas e interessantes reflexões filosóficas.
“– Compreenderá você que isto é uma tragédia? – Perfeitamente, e nas tragédias deve-se sempre ser cómico. Que raio se pode ser mais?”“– Oiçam-me – disse Syme, com extraordinária ênfase –, querem que lhes diga qual o segredo do mundo inteiro? É que lhe conhecemos apenas as costas, vemos tudo por trás e parece-nos brutal. Aquilo não é uma árvore, são as costas de uma árvore, aquilo não é uma nuvem, mas sim as costas de uma nuvem. Não vêem que tudo se curva e esconde a cara? Se nós pudéssemos ver de frente...”“– Agora compreendo tudo, tudo quanto existe! Por que razão tudo na terra se combate mutuamente? Por que razão não há neste Mundo ser algum, por pequeno que seja, que não tenha de lutar contra o próprio Mundo? Porque tem uma mosca, uma borboleta, de lutar contra todo o universo? Pela mesma razão por que eu tive de estar só no horrível Concílio dos Dias, a fim de que tudo quanto obedece à lei possa conhecer a glória e o isolamento do anarquista; a fim de que todos quantos lutam pela ordem possam ser tão bons e valorosos como os bombistas; a fim de que a verdadeira mentira de Satanás possa ser lançada ao rosto deste blasfemador, a fim de que, através de lágrimas e de torturas, mereçamos o direito de dizer a este homem: «Mentis!» Não há agonias grandes de mais quando se adquire o direito de dizer a este acusador: «Nós também sofremos.»”