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Após grande sucesso na França - onde teve três livros traduzidos -, o paraense Edyr Augusto lança um novo romance noir de tirar o fôlego. Em Pssica, que na gíria regional quer dizer "azar", "maldição", a narrativa se desdobra em torno do tráfico de mulheres. Uma adolescente é raptada no centro de Belém do Pará e vendida como escrava branca para casas de show e prostituição em Caiena. Um imigrante angolano vai parar em Curralinho, no Marajó, onde monta uma pequena mercearia, que é atacada por ratos d'água (ladrões que roubam mercadorias das embarcações, os piratas da Amazônia) e, em seguida, entra em uma busca frenética para vingar a esposa assassinada. Entre os assaltantes está um garoto que logo assumirá a chefia do grupo. Esses três personagens se encontram em Breves, outra cidade do Marajó, e depois voltam a estar próximos em Caiena, capital da Guiana Francesa, em uma vertiginosa jornada de sexo, roubo, garimpo, drogas e assassinatos.
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Edyr Augusto (Proença) nasceu em Belém, Pará, em 1954. Estreou-se como romancista em 1998, com a publicação de [b:Os éguas 33519720 Os éguas Edyr Augusto https://i.gr-assets.com/images/S/compressed.photo.goodreads.com/books/1482220146l/33519720.SX50.jpg 40711206]. É no Pará que o autor ancora todas as suas narrativas.Este livro é uma sucessão tão grande de desgraças que cheguei a sentir mal-estar físico, mas não consegui parar de lê-lo.São 92 páginas, e um universo de histórias.A escrita sem parágrafos nem diálogos obriga-nos a uma atenção redobrada, e cria um ritmo frenético, intenso e vertiginoso.A acção passa-se em Belém, Marajó e Guiana Francesa.Edyr Augusto mostra-nos, de uma forma crua e despojada de floreados, aquele Brasil que ninguém quer ver, onde o estado abdicou da soberania, onde quem manda são os criminosos e os traficantes, onde a vida humana não vale um tostão furado.Há violência (de todos os tipos), há sexo, há crimes, há escravatura sexual, há drogas, há corrupção, há ganância, há pobreza e miséria, há garimpeiros, há boates, há prostitutas, há chulos, há ratos d'água (como são conhecidos os criminosos violentíssimos na Ilha do Marajó e arredores que atacam balsas), há leilões de virgens com 11, 12 anos de idade, há acima de tudo a visão da degradação humana.Gosto de livros que me choquem, e este, como diriam os brasileiros, é foda!Belém (PA) foi considerada em 2019 a 12ª cidade mais perigosa do mundo (Taxa de homicídios: 65,31 por 100.000 habitantes)