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Best paired with [a:Raymond Carver 7363 Raymond Carver https://images.gr-assets.com/authors/1613953222p2/7363.jpg] if you're feeling emotionally destructive
Mesmo que não tivesse gostado da história teria adorado a experiência de ler Richard Yates. Que escritor maravilhoso. Adorei tanto mas tanto a sua prosa, a forma como nos apresentava as cenas, em que actos e pensamentos, frases e ideias coexistiam todos no mesmo parágrafo. As discussões, as emoções são tão bem narrados que senti-me na pele daqueles personagens, vivendo aquele dia-a-dia, sofrendo a agonia dos dias que passam e da vida não muda.
O tema do livro é o mais banal possível: um casal em ruptura, com discussões constantes, em sofrimento. Um tema que pela sua simplicidade faz-nos acreditar que será outro livro banal só que a forma como Yates desenvolve as cenas, interliga os personagens, as suas acções e consequências (além da sua escrita maravilhosa) é que o torna cativante.
É sobre a perspectiva de Frank que conhecemos grande parte da história: a sua incapacidade de alcançar April, o trabalho enfadonho, a traição, a euforia e posteriormente em partir. Houve momentos que me repugnou com as suas mentiras e manipulações, outras que senti compaixão porque afinal ele é cobarde, como todos nós o somos pelo menos uma vez na vida. Do outro lado April, a altiva, a autora da louca ideia de partirem para Paris, é a pessoa mais infeliz de toda a história. Quando o livro começa presenciamos o último dos seus sonhos a ser esmagado. É terrível estar na pele dela. A mulher, a dona de casa, a mãe... ela é tudo aquilo que não desejava ser naquele momento.
Nas discussões por vezes ficava do lado dele, outras do dela. Amei e odiei ambos porque revi-me em ambos, no bom e no mau.
John Givings entra em cena como o elemento destabilizador: ele é o louco, sem filtro social, que diz o que pensa e por isso mete o dedo na ferida e esfrega. É ele que compreende a loucura dos Wheelers em partirem do “vazio sem esperança” e é ele que abre o jogo quando estes anunciam que já não o vão fazer.
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