Publicado em 2013 com grande sucesso — a edição esgotou em poucos dias — este livro foi unanimemente considerado pela crítica como o livro do ano. Dele escreveu Luís Miguel Queirós, dizendo que desde logo aquilo que impressiona o leitor «[…] é a assustadora criatividade de que Herberto dá provas aos 80 anos, mas não é menos notável que estes seus últimos livros, com tudo o que trazem de novo, e por vezes até de exuberantemente novo, nem por isso deixem de manter com a sua obra anterior uma coerência sem falhas.». Rosa Maria Martelo disse que «Nestes tempos de descalabro social e político, haver um novo livro de Herberto Helder é um rompimento que apetece celebrar. E que impressiona por muitas razões — desde logo pela coragem de olhar a morte.». O semanário Expresso descreveu «Servidões» como um «livro de uma beleza convulsa, atravessado por explosões de energia visceral. É poesia "em estado de milagre", escrita pelo maior poeta português vivo.»
«como se atira o dardo com o corpo todo,
com a eternidade em não mais que nada,
e depois a abolição do tempo,
e então o que respira no corpo passa à vara,
e o que respira na vara passa depois à ponta,
tu não, tu já respiraste tudo pelo dardo fora,
mudo e cego e surdo,
e és um só ponto do alvo onde respiras todo,
e tudo respira nesse ponto,
em ti, veia da terra, oh
sangue sensível»
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