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Uma página sangrenta da história social brasileira elevada à categoria de mito fundador de uma civilização maculada pela cobiça e a barbárie. Posfácio de Miguel Sousa Tavares, autor de Equador e Rio das Flores. Durante a guerra pela posse da terra na região cacaueira do sul da Bahia, os irmãos Badaró enfrentam o coronel Horácio da Silveira. A luta pela subsistência se entrelaça com intrigas políticas, relações amorosas, crimes passionais. Dois romances improváveis se destacam em meio aos tiroteios e tocaias: o do jovem advogado Virgílio e Ester, esposa do coronel Horácio, amor condenado a um desfecho sangrento, e o de Don'Ana, a valente filha de Sinhô Badaró, e o "capitão" João Magalhães, um embusteiro que se faz passar por engenheiro militar. Publicado em 1943, quando Jorge Amado tinha apenas trinta anos, Terras do sem-fim se tornaria um marco do seu "ciclo do cacau", que inclui Gabriela, cravo e canela, Cacau e Tocaia Grande, entre outros. Este e-book não contém as imagens presentes na edição impressa.
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2º Volume do ciclo do cacau
Terras do sem fim é uma obra inspirada na vida do pai de Jorge Amado, que participou das lutas pela conquista e posse das terras cacaueiras no sul da Bahia e plantou a fazenda Auricídia, onde nasceu o escritor. Em criança, Jorge Amado testemunhou uma tocaia em que seu pai foi ferido gravemente.
Tudo começa num navio que parte da cidade da Bahia para uma região perto de Ilhéus. Nele vão pessoas de todos os tipos, jagunços, malandros, prostitutas, pequenos agricultores, empregadas domésticas, médicos e advogados, gente comum do povo e pobres sertanejos.
Todos com o mesmo objectivo: ganhar dinheiro fácil na terra do cacau.
Ilhéus nascera sobre ilhas, o corpo maior da cidade numa ponta de terra, apertado entre dois morros. Ilhéus subira por esses morros — o do Unhão e o da Conquista — e invadira também as ilhas vizinhas.Era uma cidade sem diversões, apenas os homens tinham o cabaré e os botequins onde os ingleses da Estrada de Ferro matavam a sua melancolia bebendo uísque e jogando dados e onde os grapiúnas trocavam discussões e tiros.E sobre a cidade pairava, vindo dos armazéns de depósito, dos vagões de estrada de ferro dos porões dos navios, das carroças e da gente, um cheiro de chocolate, que é o cheiro do cacau seco.
Uma disputa sangrenta entre duas famílias - os Badaró e o latifundiário Horácio da Silveira - pelas terras de Sequeiro Grande, com o fim de expandir suas plantações de cacau. Esta disputa provoca, de ambos os lados, manipulação das leis, violência, morte, muitas intrigas políticas, tocaias, adultério e muitas reviravoltas.