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Na primeira vez que li “Deus, um delírio”, eu era ainda um cristão. Já não me considerava pertencente à religião dos meus pais devido as inconsistências internas (descobertas quando fiz teologia por dois anos). E durante minha leitura descobri mais inconsistências internas (como nunca percebi que Mateus, Marcos, João e Lucas não concordam nem sequer na história do nascimento de Jesus?) e externas (como pude ignorar todas as milhares de outras religiões, sendo algumas mais antigas que o próprio judaísmo?).
Alguns argumentos contra a religião, na época, foram avaliados como ruins ou incompletos. Hoje minha visão mudou bastante a respeito. Em termos teológicos, Dawkins ainda precisa de mais conhecimento para criticar certos dogmas, mas não desmereço sua tentativa. Afinal, é a tentativa de refutar racionalmente algo que possui relação nenhuma com racionalidade: apenas diz respeito a sentimentos. Religiosos continuam nas religiões dos seus pais, porque assim é confortável. Conheço - por experiência própria - o quão desgastante é precisar rever todos os conceitos que uma vez foram vistos como absolutos.
Somado a isso, a esperança da vida eterna é uma eterna promessa para maioria das pessoas. A maioria de nós vive por pouco tempo, e sobrevive pela maior parte. Precisamos estudar, trabalhar, pagar as contas e dormir. Para alguns afortunados - como eu - sobra um tempo para realizar atividades físicas (torcendo para uma velhice com maior qualidade de vida) e para se divertir (seja vendo um filme, lendo um livro ou sair com os amigos). Contudo, para imensa maioria isso não é verdade. Poucos possuem tempo para viver. E viver entenda como aquilo que faz você levantar da cama. Aquilo que trás uma felicidade que você não consegue descrever, apenas senti-la. Para essas pessoas o Céu, não é apenas uma promessa. É uma necessidade.
Entretanto, mesmo o fim dos problemas da vida eterna, ainda isso não é suficiente. Afinal, nossos problemas do cotidiano são reais. Sentimos na pele o cansaço, a fome, a sede, a tristeza, a ansiedade e a raiva. E precisamos de soluções para esses problemas - por vezes aparentemente insolucionáveis. Para isso, “chefes religiosos” abusam da fé de fies para enganá-los (quase sempre envolvendo dinheiro, afinal esses líderes também passam necessidades materiais). Mais além prometem além das soluções, bens materiais, que num país, como o Brasil, onde 95% recebe até 3 salários mínimos, soam como histórias da carochinha. Que infelizmente muitos fieis acreditam até o leito de morte. Passando uma vida toda se dedicando a uma vida imaginária e/ou encher os bolsos dos aproveitadores.
Você que é religioso e chegou até aqui, dê uma chance ao livro. Leia e questione o que autor está falando. E siga fazendo isso também com seu livro sagrado ou com os preceitos sacrossantos que lhe foram passado em vida. Apesar de não ser um jornada fácil, você sairá uma pessoa diferente depois desse processo. Não necessariamente um ateu. Mas, sim, se feito com sinceridade racional, um pessoa muito mais humana da qual trilhou esse caminho.
Before I picked up this book, I had heard about it a lot, thrown around as Dawkins' controversial, scathing critique of religion. I expected it to be occasionally cringeworthy and pompous, but hoped it to be generally informative.
Today, when I read the last page of the book, it has already reaffirmed my conviction as an athiest (I would hitherto describe myself as somewhere between an athiest and an agnostic).
If to you ‘The God Delusion' sounds scathing, arrogant and disrespectful, perhaps it's because Dawkins has been brutally honest and remarkably clear about his arguments. He picks out the common arguments in favor of theism and religion, unravels them, and explains why he disagrees with all of them. If that sounds disrespectful, it could probably because he is speaking inconvenient truths that you are not yet ready to hear.