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Triste Fim de Policarpo Quaresma (1911), romance publicado inicialmente em folhetim, é a obra-prima de Lima Barreto. O protagonista é um personagem quixotesco cuja trajetória de embates com a realidade possibilita uma narrativa com riqueza de observação e crítica profunda à sociedade, atingindo a caricatura. A ingenuidade e o idealismo de Quaresma realçam, em contraste, a malícia e os interesses ocultos que o circundam. Esse desencontro, persistente por todo o romance, às vezes serve aos efeitos cômicos da trama, mas noutras revela as deformidades sociais denunciadas ostensivamente pelo autor.
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É interessante ler esse livro no Brasil de hoje, triste até. Impossível imaginar uma figura como Policarpo nos dias atuais, com amor pela pátria (ainda que o dele seja um amor cego e ingênuo) e esperança de ver o país aproveitando todo o seu potencial.
O Major, no decorrer do livro, vai sofrendo golpes em seu ideal patriótico, passando pelo escárnio, pela loucura, e por fim, o título do livro se faz real. Acompanhamos sua luta, sabendo que será em vão, e sempre com um sentimento de pena e temor pelo que está por vir.
Um grande livro de Lima Barreto, que através de sua escrita fluida, nos permite observar um pouco do cotidiano carioca da época da Revolta da Armada, expondo um governo tirano e completamente alheio aos interesses públicos. É um pouco assustador o quanto algumas coisas continuam praticamente as mesmas.
Obs: nessa releitura, já mais velho, me interessei bastante pelas trajetórias de Olga e Ismênia. Me peguei pensando nas vidas dessas mulheres, ambas presas à necessidade de casar, e o peso que isso tinha na época.