Ratings7
Average rating3.9
Demasiadamente superestimado.
Embora a escrita seja bem-feita, as incongruências internas e externas me incomodaram profundamente. Primeiro, temos um personagem deliberadamente rabugento e avarento, que inicialmente se apresenta como um ser racional. Para reforçar isso, ele diz ao primeiro espírito (não o primeiro cronologicamente, mas o primeiro que ele encontra) que não pode confiar nos sentidos, pois eles podem enganá-lo. No entanto, após a visita de mais três fantasmas, essa mesma pessoa se transforma em um santo? Para que essa mudança fosse convincente, o personagem precisaria ser cego ou inocente em relação ao mal que praticava—algo que, desde o início, fica claro que não é o caso.
Quanto à incongruência externa: os pobres só são lembrados no Natal? A caridade só é necessária nessa época do ano? Não sei quem é pior, sinceramente—quem só faz doações no Natal ou quem nunca as faz. Outro ponto problemático é que, embora o livro aborde temas como marginalidade social, superpopulação e relações de trabalho, em nenhum momento questiona essas questões de forma significativa. Chega a mencionar os sindicatos londrinos, mas falta audácia ou brilhantismo para transformar a obra em algo mais socialmente relevante.
Em resumo, é apenas um livro sobre o Natal que cristãos acreditam comemorar. Apenas isso.