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Por trás de alguns obstáculos, um mergulho no amor e na solidão que me conecta com o século XIX em níveis surpreendentes.
Em geral, não sou exagerado (jogado aos seus pés), então a velocidade e a intensidade dos romances clássicos não dialoga muito comigo. Mas escapando desse desconforto superficial, me vejo um pouco no Sonhador, vagando no ermo, analisando passantes, criando relações com ambientes; e buscando conexões pra dividir esse mundo com alguém.
Os sentimentos aqui são universais: o sentir-se preso em casa, o querer aproveitar a vida, não perceber que já a está aproveitando. E a neblina luminosa das noites brancas deixa tudo meio etéreo.
Uma característica estrutural que me agradou bastante foi que a história se limita às noites, usando a última manhã como epílogo. Os acontecimentos do dia são secundários, contados por alto, o que torna os encontros e desencontros das noites mais importantes e isolados.
Os textos, ilustrações e o projeto da Antofágica, como sempre, deixam a apreciação da obra muito mais potente e agradável.