Lendo ao redor do mundo: Afeganistão 🇦🇫
Eu já estava preparado para a leitura extremamente pesada e poética do Khaled Hosseini depois de “O Caçador de Pipas”, mas, mesmo assim, este livro me impactou mais do que eu esperava.
Acompanhamos Mariam e Laila, duas meninas de diferentes épocas do Afeganistão, crescendo e passando por todas as dificuldades impostas às mulheres, desde o regime comunista até a entrada do Talibã.
O livro é pesado e contém diversas cenas de abuso e violência doméstica, mas vai muito além disso. O livro nos mostra uma realidade que muitos de nós fechamos os olhos ou simplesmente não compreendemos por completo. Temos desde não poder mais estudar até não ter o direito de ir e vir sozinha sendo perfeitamente executados e mostrados nesse livro, que permeia toda a narrativa com um sentimento de indignação, raiva e tristeza.
Foi um livro fenomenal e fico extremamente feliz que Hosseini tenha tirado esse tempo para pesquisar e escrever um livro sobre as mulheres no Afeganistão, dado o fato de ter um público fiel e grande e, assim, poder sensibilizar mais pessoas.
Recomendo demais, mas leia com calma e tranquilidade, pois definitivamente é um livro com maior carga emocional.
Esse livro foi sensacional, uma ótima sequência para a Guerra da Papoula, mais político e mais denso, nos apresenta o mundo que Kuang criou se solidificando e se complexando. Estou adorando essa versão fantasiosa das guerras do ópio e mal posso esperar para ler a grande finalização da trilogia.
Um livro fofinho e divertido, leitura bem fluida e que te faz refletir em diversos pontos da sua vida. Tenho gostado muito desse tipo de literatura “de cura”, onde nada de muito significativamente ruim acontece, apenas uma leitura para se distrair e relaxar.
Gente, que livro foi esse? É o segundo da trilogia Legado, da autora N. K. Jemisin e eu já estava esperando algo surpreendente, dado o primeiro livro (Os Cem Mil Reinos), mas definitivamente não esperava essa PEDRADA que eu levei.
Sensacional, o livro acompanha Oree, uma garota cega, e sua relação com os deuses que estão sempre permeando a cidade em que ela vive. Após uma morte incomum e o encontro com um homem conhecido como “Shiny” a vida de Oree irá mudar para sempre.
Não tenho palavras para descrever esse livro, viu? Surpreendente mesmo, a construção das relações e dos personagens é fenomenal. Eu já sou fã de carteirinha da N. K. Jemisin, mas depois desse livro, meu amor por ela só aumentou. Meus divertidamente estavam fazendo a festa enquanto eu lia esse livro, conheci emoções que nem sequer sabia ser capaz de sentir.
Recomendo muito!
Geovana tem um tipo de escrita bem característico. Uma narrativa meio mágica, mas que não larga mão do terror e do gore: duas características que eu simplesmente AMO.
Já estava apaixonada pela escrita dela desde o Jiangshi, então não foi surpresa quando simplesmente devorei esse pequeno conto.
Apesar das poucas páginas, Filhas do Mar consegue ser uma história completa e instigante, mostrando tudo que o Gótico nacional pode apresentar. Outra coisa que amei foram as “sete filhas” do mar, meio que uma referência aos sete mares.
Muito bom, continuo ansiosa para ler as próximas obras da autora.
Primeira vez que leio algo do Guilherme e gostei muito da forma que ele construiu essa história. Sua narrativa é tranquila, bela, ritmada e trouxe um sentimento nostálgico para a trama, que combinou muito bem.
Gostei principalmente do cuidado em se tratar sobre um tema como o luto, mostrando não apenas a parte triste deste, como também a beleza que se pode pintar com a continuidade da vida.
A única coisa que não gostei muito, que confesso ter atrapalhado meu ritmo de leitura, foi o capítulo final que, ao meu ver, diminuiu todo o clima tranquilo e sentimental que havia sido criado no penúltimo. Isso deu uma quebra brusca na história e acabou por me deixar confusa se haveria um conto 2 ou não.
Um conto rápido que nos mostra um pouco mais sobre a vida do Coronel Fantasma de Onde o Vento Faz a Curva.
Achei o conto divertido e agradável, leitura rápida e fluída. Contudo, creio que a autora poderia ter o desenvolvido um pouco mais.
Um livro profundo e triste, com reflexões sobre a vida e a morte. Neste pequeno livro, podemos acompanhar a vida de uma mulher que passa por diversas experiências que a vida pode trazer, explorando diversos sentimentos que, por vezes, não gostamos de sentir, como o luto, a solidão, a saudade e a tristeza.
Um livro extremamente delicado e com uma narrativa única, me surpreendeu positivamente por sua simplicidade e singularidade.
Apenas acho bom avisar, para aqueles que querem ler, que o livro possui alguns gatilhos e pode desencadear sentimentos bem fortes.
É sempre reconfortante ler sobre assexualidade e arromanticidade, ainda mais quando eu me encontro dentro dessas siglas.
“Que Tipo de Amor é Esse” é uma coletânea de 3 contos, não alcançando nem 100 páginas e perfeita para aquelas leituras rápidas em uma viagem ou entre dois livros maiores.
As histórias são fofas e divertidas, escritas de maneira leve e compreensiva. Os contos se passam no Brasil, o que traz uma maior proximidade com o ambiente e com os personagens.
Por serem contos, senti que os personagens foram muito superficialmente trabalhados, como se a personalidade deles fosse ser “aro/ace”. Essa seria minha única critica para a coletânea, mas tenho interesse em ler as outras obras dês autores.
No geral eu gostei do livro. Ele é bem rápido de ler, tem uma narrativa bem fluída e descritiva e tem vários momentos de ação, que fizeram o livro ser ainda mais divertido. Só acho que a autora se perdeu nos últimos 20% do livro, que tudo ficou mais rápido, menos explicado e menos lógico.
Os personagens são divertidos, mas eu senti que faltou profundidade no tratamento de alguns deles, principalmente nos outros trabalhadores do castelo, tipo o Rand e a Margg, que eu meio que não me senti muito próxima deles - inclusive alguns outros menos importantes, como a Liza e o Sammy, para que colocá-los lá se eles não trazem nada de novo para a história?
O mundo do livro é ok, mas eu senti falta de uma construção melhor do mesmo. As dinâmicas de poder e o passado político do livro me deixaram meio perdida, porque, honestamente, nunca são bem explicadas. Você só sabe que teve uma tomada de poder e é isso. O sistema de magia é outra coisa que eu não achei muito bem desenvolvido, sem falar que a desculpa para não a haver feiticeiros em Ixia é super fraca e pouco convincente.
Outra coisa que eu senti falta no livro foi justamente o que o título diz: veneno. A Yelena aprende tudo sobre venenos, vira provadora do Comandante para quase nunca sofrer com um ataque de envenenamento? A maior parte do livro trata sobre as questões de magia e as tensões políticas, tendo acho que apenas uma vez onde ela fala da comida estar envenenada.
De modo geral, é um livro de fantasia divertido, com vários momentos que vão te fazer rir bastante e a Yelena é extremamente carismática, é difícil não torcer por ela.
Eu já sabia que a Maria era boa com terror, mas nesse pequeno conto ela conseguiu se superar. A sensação de horror, desgosto, incômodo é muito bem construída, te levando para o ápice da obra no final.
Quero muito ver os próximos trabalhos dessa autora maravilhosa.
O Sangue da Heroína é o romance de estreia de Maria Aguiar e, justamente por ser sua primeira publicação, eu não pude deixar de me surpreender pela qualidade altíssima de sua escrita e descrição!
O livro te prende desde o primeiro capítulo, entregando personagens verosímeis, profundos e carismáticos, além de um mundo imenso e com muito potencial para ainda ser explorado (sim, eu estou confiante com a continuação dessa história!)
Para quem me conhece, sabe muito bem que fantasia não é o meu gênero literário favorito, mas SDH conseguiu mudar, pelo menos um pouquinho, esse meu preconceito, entregando uma história divertida, sensível e, claro, surpreendente.
A Décima é uma ótima personagem principal, que desperta desde o início aquele nosso sentido de proteção. Acho que, para todos aqueles que se sentem um pouquinho perdidos na vida e confusos com o que o futuro tem para entregar, a Décima é justamente aquele personagem em quem você se verá.
O Damien é o meu protegido, as partes que contavam com o seu ponto de vista eram, para mim, as que mais me prendiam! Mas eu sou suspeita para falar, visto que ele claramente se tornou o meu favorito.
Enfim, SDH é um ótimo livro para mostrar todo o potencial que a literatura nacional tem para nos trazer e mal posso esperar para ler outras escritas da Maria!
Recomendadíssimo :)
É a primeira história da autora que eu leio e eu absolutamente adorei o ritmo e a escrita de Larissa.
Onde o Vento Faz a Curva conta a história de 6 personagens, esquecidos em uma cidadezinha do interior. Suas histórias se entrelaçam e desenvolvem o plano de fundo da cidade de Campo das Flores, com pitadas de suspense e romance.
A escrita de Larissa é fluída, divertida e descritiva, te fazendo entrar na história e criar proximidade com os personagens e com suas aventuras.
Recomendo demais para aqueles que querem conhecer um pouco mais da escrita da autora com um conto rápido.
Uma sequência muito bem escrita por Mark Miller, que continua envolvente e com um bom mistério para solucionar. Gostei de ver a preocupação em tratar o psicológico dos personagens após o assassinato, assim como a conturbada relação do Tommy com o Matt.
Já quero ler a continuação e saber onde esse suspense vai parar.
Um conto pequeno, mas que nos marca profundamente ao falar de um tema, infelizmente, mais do que comum.
Tratado com muita delicadeza e sensibilidade, recomendo demais esse conto para outras pessoas que procurem entender e compreender as consequências de relacionamentos abusivos.
Esta foi a minha primeira vez lendo Gogol e devo dizer desde já que amei a experiência. Adoro o modo como o autor subverte as estruturas básicas da literatura, assim como traz uma constante quebra de expectativa em relação ao desenvolvimento e ações dos personagens, de maneira sempre a beirar o surrealismo.
Recomendo a leitura, muito rápida e divertida.
Já conhecia a escrita de Luigi desde os contos desenterrados e sempre me surpreendo com a sutileza de sua escrita, nos prendendo nos emaranhados da narrativa e aumentando a tensão e o terror que percorre todo o seu texto.
Eu particularmente não tenho muito medo de gravidez, mas pude sentir o horror de todo o conto, o desespero da protagonista e, mais do que isso, eu amei a representação do folclore brasileiro nesse continho curto.
Recomendo demais!
Lembro de ter pego esse livro para ler algum tempo atrás, mas nunca havia o aberto. Foi numa viagem de mais de 10 horas que eu resolvi que tinha chego o momento de o ler.
Devorei ele durante a viagem e fiquei ainda um bom tempo pensando em como faria essa resenha.
Ninguém disse que seria eterno é um romance adolescente bem brasileiro, a proximidade com os problemas dos personagens, com suas vivências, suas experiências, inseguranças e desejos é um dos pontos fortes do livro. Conseguir se sentir representado ali, como um cidadão brasileiro, foi uma das coisas que mais me alegrou durante a leitura.
O Lukas se tornou rapidamente o meu personagem favorito, sua dúvida em relação a sua sexualidade me tocou de maneira profunda, assim como toda a raiva que ele sentia do ambiente que o cercava. Ele era um dos personagens mais agradáveis de se ler e a crescente amizade com Bernardo é bonita e fluída.
Bárbara, por outro lado, foi uma personagem que tive dificuldade em simpatizar, mas logo eu consegui compreender porque: nossas vivências são, realmente, muito diferentes. Ve-la crescer como uma mulher mais forte, segura e empoderada foi um suspiro de alívio e felicidade, pois mostra que mesmo em situações adversas, que nos ensinam a ser submissas, ainda podemos contar com amigos e familiares que irão nos apoiar e crescer junto de nós.
Meu único ponto negativo para o livro seria que, desde o início, eu já sabia o que aconteceria com Vinícius. Apesar de bem construída, achei a história muito previsível e com um plot que eu, particularmente, não sou fã. Também achei alguns capítulos um pouco sem sentido ou construção para a história no geral, como o da galinha.
De qualquer forma, é uma história rápida, divertida, emocional e bem representativa da nossa sociedade. Se você gosta de um drama adolescente, muito provavelmente irá gostar dessa história também.
Um pequeno conto, não chega nem a ter 40 páginas, que conta sobre o peso da imortalidade, a tristeza do amor e o desespero de um amaldiçoado. Jiangshi conta a história de criação de uma lenda chinesa, entrelaçando com momentos históricos globais.
Uma leitura rápida, em menos de uma hora já se acaba o livro. Gostei bastante e recomendo.
Minha única crítica seria dos vários erros ortográficos que são encontrados durante o livro e na velocidade em que a parte do “Brasil” se passa. Creio que a autora poderia ter dedicado um pouco mais de tempo para explicar os motivos que levaram a Li para o Brasil. Fora isso, um ótimo conto e já quero ler os outros trabalhos da autora!
Um conto extremamente pessoal, mas que muitos conseguiram se identificar.
A verdade é que nós, que fazemos parte da comunidade aro/ace estamos sempre sedentos por personagens que passem pelo mesmo que nós. Queremos encontrar histórias de amores platônicos, queremos ler sobre a dificuldade de se aceitar e queremos ver e ter a certeza que outras pessoas nos entendem também.
“Quando eu descobri o que era ser eu” é um desses livros que marca, principalmente pela proximidade que sentimos da personagem principal, de seus anseios, inseguranças e experiências. É um livro que marca não tanto pela narrativa, mas sim pela representatividade.
É muito bom se sentir ouvido, percebido, entendido, e é isso o que eu acho que esse livro traz. Recomendo demais para todos aqueles que estejam se questionando ou estejam com medo de se aceitarem justamente por sentirem que são “diferentes”.
Um conto que me prendeu do início ao fim, com uma escrita super fluída e intrigante. Apesar de pequena, essa história me levou por diversos caminhos e me trouxe uma proximidade com os personagens principais que eu realmente não esperava.
Gostei muito do conto, principalmente por se passar no Brasil e ser uma fantasia baseada na nossa cultura. Certamente a fantasia nacional tem muitos caminhos para seguir e, ver histórias desse gênero, só me deixam mais entusiasmado para ler mais.
Um conto rápido e um suspense que se prende até o final. Recomendo bastante para quem está em ressaca literária e procura algo rápido, básico e fluído para ler.
Foi minha primeira leitura de algo do Julius e gostei bastante de conhecer a escrita dele dessa forma, fiquei com o interesse de ler mais livros dele.
Um conto rápido e bom para conhecer a escrita de João. Nos conta a história de um corpo e, de forma muito breve e sucinta, nos mostra como esse corpo se tornou um corpo e como chegou onde está.
Recomendo!
Primeiro livro que leio do Julius, assim como livro de estreia do autor. Nele, iremos acompanhar os desafios que Askhar precisará passar para se tornar uma pessoa melhor, tanto para si quanto para o mundo.
Quando li este livro, eu já estava desacostumado com a escrita em primeira pessoa e por isso, creio que houve uma maior dificuldade minha em me concentrar e conectar com a história. Askhar é um personagem difícil de se gostar, principalmente por suas características egoístas e mimadas - algo que é importante para o desenvolvimento do livro.
Achei a premissa muito boa, embora encare o livro mais como um “infanto-juvenil”. No geral, achei que o ritmo do livro variou muito, tendo momentos em que a escrita descritiva atrapalhava o fluxo, e alguns em que a rápida sucessão de cenas combinava com o lado aventureiro da história.
Confesso que me surpreendi, e muito, com o final. Não esperava de forma alguma que acontecesse o que aconteceu.
Estou interessado e ler outros livros do autor, principalmente para ver a evolução de sua escrita.
Minha primeira leitura de algo do Leblon e eu achei uma leitura rápida, fluída e, num sentido geral, ok.
O conto se propõe a ser um início de história e é exatamente isso que ele faz: inicia algo. Não hã grandes consequências nem reviravoltas, não há grandes acontecimentos e não há grandes decisões. Fora isso, o conto não se propõe a finalizar o que começou, algo que provavelmente ficou para o Volume 2, o que deixa difícil de fazer uma crítica geral pois, por si só, a história não se fecha.
Você conhece melhor os personagens, dos quais eu não tive nenhum sentimento de proximidade, e descobre como eles chegaram na situação que chegaram.
Estou interessado em ler a continuação para saber como essa história irá se manter e continuar. Veremos.