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Duas pessoas que foram outrora um casal encontram-se passados dez anos de se separarem. Ela, lisboeta, condu-lo a ele, o estrangeiro, por diferentes percursos na sua cidade, enquanto desnovelam memórias.
Na tentativa de estabelecer um passado comum, raros são os trajectos que coincidem. Resta-lhes os nomes de certas ruas, de certas cidades — Buenos Aires, Berlim, Marselha, Beirute que se tornam topografias íntimas, que não poderão mais ser visitadas, como o nome da filha que nunca tiveram.
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Hoje passei muito tempo a ver fotografias daquele ano, dez anos atrás. Uma em particular, a única que tenho de Buenos Aires quando tu já não estavas. É uma foto de grupo. De pé, eu, o Juan e a Osa. O Juan segura um pincel e uma capa de cartão, que finge pintar. Sentados à nossa frente, o Ricardo, com o queixo cortado pelo enquadramento, e um rapaz de quem esqueci o nome. Pouco se vê da cartoneria: na parede atrás de nós a imagem de Che Guevara, a preto e branco, de charuto alçado, junto a duas insígnias em cartão. Uma brada Eloísa Cartonera num abuso de cores disponíveis e outra, pintada de amarelo e azul, carrega a sigla CABJ — Club Atlético Boca Juniors.
A História de Roma é um romance sobre um casal que se reencontra após 10 anos de separação.
Ao longo de dez dias, enquanto percorrem as ruas e locais icónicos de Lisboa, as memórias vão se desenrolando e muitas narrativas são contadas.
É que Lisboa não chega a ser um lugar, é mais o princípio de todas as coisas.
São relatos de vida - versões diferentes de uma mesma história - de viagens, de escolhas, de amor e de perda, de ser mulher, de ser mãe ou não ser mãe.
Gostei da intensidade e do ritmo em que a narrativa se desenrola. Gostei da escrita, e com certeza será uma autora a seguir com atenção.