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Filhos de uma época letrada, dominada pela leitura silenciosa, acabamos por esquecer que na origem de tudo o que se escreve está a voz. A 'literatura' medieval foi sobretudo obra da voz, e não da letra. Trovadores, jograis e pregadores recitavam, contavam, gestualizavam - enfim, atuavam para um auditório. Paul Zumthor explora aqui a complexidade da relação entre letra e voz em todo o Ocidente medieval, estendendo suas observações a algumas práticas poéticas do Extremo Oriente, da África e do Nordeste brasileiro. Síntese de minucioso estudo conduzido por décadas, esta obra tem o poder de inverter a imagem que a cultura européia faz de seu próprio passado.