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"Saí da leitura dessa extraordinária novela [...] com a mesma sensação que tive, e que nunca mais se repetiu, ao ler os grandes romances e novelas dos mestres russos do século XIX", declarou Vinícius de Moraes. Escrita em 1959, esta pequena obra-prima de concisão narrativa e poética é tida por muitos como uma das mais admiráveis novelas da nossa língua.
Numa prosa inebriante, que tangecia o fantástico sem perder o olhar aguçado para as particularidades da sociedade baiana, Jorge Amado narra a história das várias mortes de Joaquim Soares da Cunha, vulgo Quincas Berro Dágua, cidadão exemplar que a certa altura da vida decide abandonar a família e a reputação ilibada para juntar-se à malandragem da cidade.
Algum tempo depois, Quincas é encontrado sem vida em seu quarto imundo. Sua avergonhada família tenta restituir-lhe a compostura, vesti-lo e enterrá-lo com decência; mas, no velório, os amigos de copo e farra dão-lhe cachaça, despem-no dos trajes formais e fazem-no voltar a ser o bom e velho Quincas. Levado ao pelourinho, o finado joga capoeira, abraça meretrizes, canta, ri e segue a farra em direção à sua segunda e apoteótica morte.
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Joaquim Soares da Cunha, um ex-funcionário público que abandonou a vida convencional e respeitável para se tornar Quincas Berro d'Água, um boémio conhecido pelas suas aventuras, loucuras e bebedeiras, é uma personagem folclórica das ruas de Salvador. Depois da sua morte, a história acompanha a luta entre a sua família, que deseja um funeral respeitável, e os seus amigos boémios, que querem celebrar a sua vida de maneira festiva e irreverente.
Quando um homem morre, ele se reintegra em sua respeitabilidade a mais autêntica, mesmo tendo cometido loucuras em sua vida. A morte apaga, com sua mão de ausência, as manchas do passado e a memória do morto fulge como diamante.
Quincas é encontrado morto pela sua filha Vanda, num quarto miserável. A família, envergonhada pela transformação de Joaquim em Quincas, decide realizar um funeral rápido e discreto para tentar recuperar a honra perdida.
No entanto, os amigos boémios de Quincas, liderados por Curió, resolvem tomar conta do corpo e, ao longo da noite, celebram a vida desregrada de Quincas com bebida e festas.
pelo jeito, aquela ia ser noite memorável, inesquecível.
O corpo de Quincas é levado para diversos pontos da cidade, até que finalmente, num gesto de despedida, é jogado ao mar, de onde ele sempre dissera que gostaria de partir.
A mistura de realidade e fantasia, especialmente durante a noite de celebração pelos amigos de Quincas, cria um ambiente mágico e surreal, típico do realismo mágico.
Com seu estilo inconfundível e linguagem vibrante e cheia de humor, Jorge Amado entrega-nos uma história divertida e cheia de humor, que trata de forma satírica e crítica questões sociais e culturais do Brasil, especialmente da Bahia.