Juliano Moreira e a descontinuidade histórica da psiquiatria
Vera Portocarrero propõe-se a refletir até que ponto o novo modelo psiquiátrico trazido por Juliano Moreira e seus contemporâneos se constitui como uma ruptura do saber e da prática psiquiátrica no Brasil. Dirigindo-se à análise de arquivos, a autora procede a uma análise de discursos e de documentos, especialmente arquivos brasileiros encontrados na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, nas bibliotecas de medicina, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, dentre outros. Os discursos encontrados nesses arquivos são analisados dentro de uma perspectiva foucaultiana, ultrapassando, desse modo, a simples ordenação memorialística; deixando uma suspeita em relação ao discurso psiquiátrico dominante e apontando uma descontinuidade histórica no que diz respeito à articulação do saber com as práticas e seu caráter estratégico.
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