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Suspeitava que eu iria gostar desse livro, mas não imaginei que fosse tanto.
Amei. Amei a ponto de sugerir que esse é o melhor livro de romance que li esse ano - ou até o presente momento.
Não posso deixar de mencionar a clara evolução da autora com sua escrita e desenvolvimento da história. Até o momento, por mais que o Clube seja meu núcleo mais querido, Bareknuckle é a série mais bem elaborada nesse universo de MacLean. De longe.
Havia algum tempo que não me divertia tanto, ou me identificava como uma personagem como Hattie.
Sei que para algumas pessoas, o pensamento autodepreciativo que ela expressa no livro pode ser exagerado, ou algo como sentimento de mártir.
Vocês estão errados.
Acredite: essa é a mais pura realidade quando se é tão fora do eixo - do eixo imposto pela sociedade - que não importa o quão incríveis e cheios de qualidades nós sejamos, as impressões não mudam, porque as pessoas são cruéis ao nosso redor.
Se faz necessário mais livros como esse. Ponto.
Com personagens que são fora do padrão, com mulheres que almejam o próprio negócio, fortes e sem a dependência de homem algum para se garantir. Confiantes, mesmo quando a autoestima não está das melhores.
Mais amazonas.
Precisamos de mais diversidade de amor, mesmo em épocas que a homosexualidade era algo velado e punitivo, como as nuances de romance entre Eleonora e Nik.
De relações de amizade como a de Nora e Hattie também; amigas que atravessam o fogo e o inferno conosco.
Precisamos de mais Whit.
Que não decepcionou (mesmo com Saviour como nome - que deveria ser Salvador, não? A mãe de Whit era da maravilhosa Madrid). Deliver foi prometido e executado com sucesso. Por ser lutador, lembra o Temple, que nunca perde, porém bonito como o pecado, como o Bourne. Enfim. Algumas comparações mas que não diminuem a personagem ou sua característica.
O útero de muitas leitoras foi apertado quando entramos no quarto dele, não é mesmo?
Sarah MacLean me deve uma frase que seja informando que esse homem tirou ou colocou os óculos de leitura para qualquer coisa.
A narrativa desse volume tem tudo muito vivido. A mudança de Covent Garden para as docas, quase com cheiro do mar. A mescla com mitos do passado teve uma entrega mais suave as nuances do romance, como uma conversa normal, bem diferente das transcrições extensas que encontramos nas irmãs Talbot por exemplo.
A relação dos irmãos MELHOR que no primeiro. Acho que me interessei mais pelo Devon nesse segundo do que no primeiro. (Uma ênfase para a cena da luta, por favor. E da gravata, quando ele tira a paciência do Whit.)
A presença das irmãs Talbot.
Obs: Caleb e Sesily AINDA está por vir, meuDeus.
O médico. Pausa para o retorno do médico gato do interior que ajudou Sophie.
Uma alegria seria se aparecesse qualquer referência ao meu mais amado Clube dos Canalhas.
Claro que não é perfeito. O trauma de Hattie - como todo, todo livro de MacLean que tem que ter uma cena meio que de vida ou morte para a personagem FINALMENTE ceder aos seus sentimentos (leia-se, ceder ao óbvio) - e os gestos de afeto excessivo que me deram um pouco vergonha alheia, foi o único ponto que não me apeteceu muito na leitura. Era o último capítulo. Temos que relevar. Também a certeza que Grace será uma “nova Georgiana” - a mesma fórmula de mulher no poder, que coloca qualquer um no chinelo, e muito mais capaz que os homens que trabalham como seu rosto.
E então chegamos aos dois últimos.
Ewan e Grace não são os meus preferidos então tenho um pouco de receio, embora grande curiosidade em saber “como” a autora vai remendar essa relação doentia entre Ewan e os demais, toda a sua loucura, física e mental, a possessividade pelo passado, e sua obsessão por Grace.
Você perdoaria uma pessoa como ele?
E em pensar que tudo começou com os gêmeos Ralston (Love by Numbers).
Ou, no meu caso, The Rules of Scoundrels.