Ratings21
Average rating4.1
"At last, a new translation of Machado's masterpiece that is complete (unlike Scott-Buccleuch's 1992 version - see HLAS 54:5078 - which omitted key chapters) and highly readable. Gledson produces a much-needed, graceful and accurate translation, attentive to Machado's tone and rhythms. Hansen's Afterword is excellent"--Handbook of Latin American Studies, v. 58.
Prompt
71 booksReviews with the most likes.
3.5
Dom Casmurro é uma leitura envolvente que conta a história de vida de Bentinho desde que era pequeno e destinado a virar padre por causa de uma promessa feita pela sua mãe. Dali em diante muita coisa acontece e suas escolhas de vida mudam, ele se apaixona por Capitu e vai virando um chato do caralho. Achei a leitura bem agradável porém a melhor parte (o tal dilema da traição) é muito curta comparada ao resto da narrativa e por isso fiquei um pouco desapontada. De Machado de Assis só li Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas e acho que prefiro Memórias Póstumas mesmo.
Acho que essa foi a primeira vez que reli Dom Casmurro. Li pela primeira vez há, o quê, dez anos, e sempre trouxe comigo a memória de que é muito bom, excelente. Bom, pois é, é muito bom. É realmente excelente.
Lá pra alguma parte eu me peguei pensando sobre o conceito moderno de spoiler e sobre como a história de Dom Casmurro me parece melhor na releitura, sabendo o que acontece e percebendo as dicas enfiadas no texto. Mesmo pego no meio de uma ressaca braba de leitura, fui reparando na construção da trama como não consegui — ou não lembro de ter conseguido — fazer da primeira vez. O comentário do pai da Sancha sobre a semelhança entre a Capitu e sua falecida esposa é genial.
Ah! E Escobar.
Eu amo o Escobar.
(Texto escrito no dia 03/07/21; postado no Instagram.) # TRAIU OU NÃO TRAIU?
“Traiu ou não traiu?” É a pergunta que nos é proposta antes mesmo de sabermos o conteúdo do livro. Essa pergunta chega a transcender a própria leitura do livro, visto que até quem não o leu já sabe que quando alguém pergunta isso, está se referindo à Dom Casmurro.
Mas por quê?
No geral, nossa geração (eu incluso), pouco acostumada com uma leitura elevada, não consegue compreender que a questão principal do livro NÃO é se Capitu traiu ou não.
Acredite se quiser, mas Dom Casmurro não é um texto do Wattpad. Não é série da Netflix.
Não temos como provar nenhum dos lados — nem de Bento, nem de Capitu. Perguntar sobre a veracidade da traição é inútil. O que eu pude entender, depois de refletir bastante sobre esses princípios, é que tomar a dor de algum dos personagens te cega para a real intenção do autor.
Um homem que tomou decisões extremas, baseado em princípios (não) confiáveis. Sua narrativa busca reforçar os motivos de suas decisões, pois ele mesmo se nega a pensar na possibilidade de ter agido como agiu por nada. Um verdadeiro casmurro.
O que eu compreendo, é que o livro não é sobre uma traição, é sobre o psicológico de um homem que nunca poderá saber se Capitu traiu ou não traiu.