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Talvez seja só comigo, mas o que mais me causa mais estranhamento nos contos do Poe são os desfechos. Não consigo nem classificá-los como bons ou ruins; são apenas um jeito todo próprio de wrap up as próprias histórias, com uma ou duas frases fatais que, frequentemente, trazem à tona a morbidez ou o aspecto “de horror” que dá o tom do conto. Podemos ver isso muito bem nas linhas finais de Deus (Revelação magnética), o último conto do livro, que, até então, havia apresentado um texto bem mais filosófico do que de terror: "Fiquei pensando: 'Será que o hipnotizado, na última parte de nosso diálogo, não teria se dirigido a mim lá do fundo das regiões das sombras?'"
Esta edição da Nova Fronteira/Saraiva de Bolso traz uma “tradução e adaptação” de Clarice Lispector. Nunca sei o que, nesses casos, querem dizer com “adaptação”, mas, por via das dúvidas, meu próximo encontro com o sr. Edgar será em inglês.
Últimos dois contos: “William Wilson” e “Manuscrito encontrado numa garrafa” - 3/5.