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É difícil especificar o que eu senti ao ler essa obra de João Cabral de Melo e Neto. Fui inicialmente até essa obra devido aos inúmeros paralelos que se faziam do plano poesia-prosa entre essa obra e Vidas Secas de Graciliano Ramos. Ambas obras abordam um assunto pelo qual desenvolvi um interesse: a secura não só do clima, mas também uma quase inexorável secura da vida. A obra de João Cabral é especialmente tocante, pois faz com que você se convença de que realmente a vida severina não é uma vida, mas sim um meio termo entre a vida e a morte sem uma definição a respeito do que vem depois. O final da poesia mostra que a vida segue não misturada à morte, mas sim quando a própria vida brota, dando esperanças quando essas possivelmente já se foram.