Ratings1
Average rating5
terminou num momento importante e ainda não tem sequência??? afff. não acredito q fiz isso de novo.
Renha postada originalmente em: http://up-brasil.net/2016/02/23/resenha-de-livro-o-despertar-do-principe
O Despertar do Príncipe é o primeiro livro da nova série de Colleen Houck, Deuses do Egito, e conta a história de uma jovem rica, bem-educada e controlada que encontra um príncipe egípcio (vulgo, múmia) desperto no museu de Nova York e acaba envolvida em uma aventura muito mais interessante do que a vida que ela levara até aquele momento.
Até aí tudo bem, porque, convenhamos, nós já nos deparamos com coisas muito mais esquisitas nessa vida. E, conhecendo a escrita de Houck depois de seus vários livros na Saga dos Tigres... eu esperava encontrar uma narrativa envolvente. Mas não estava preparada para gostar tanto desses novos personagens – mas guarde isso para referências futuras, pois antes preciso comentar outra coisa.
Como sempre, antes de começar a ler um livro passo por sua página no Goodreads para ler um pouco o que as outras pessoas estão dizendo e me preparar para os desafios da leitura. No caso da história de Amon e Liliana não foi diferente, mas fiquei surpresa com a quantidade de comentários com notas baixas (ou eu vi apenas os que não gostaram, porque SOS). Enquanto eu entendo que muitas pessoas têm uma visão bastante forte sobre a escrita sobre culturas diferentes das de origem de um escritor, eu, pessoalmente, acho que sempre podemos tentar ver alguma coisa boa na história – até mesmo naquelas que não gostei de jeito nenhum – e mesmo com as possíveis ressalvas, contar sobre uma cultura que nem todos conhecem é bom para divulga-la (não estou dizendo que ninguém conhece as lendas egípcias, veja/leia bem). Fica aqui o meu estranhamento – e com o coração mais leve, posso te contar o que achei do livro.
Encontramos Liliana no museu, comentando sobre como a sua vida é aparentemente perfeita e, confesso, não comecei com uma boa impressão. Durante os primeiros capítulos Liliana parecia apenas mais uma protagonista que iria me irritar até a morte com seus pensamentos e autopiedade, mas aí apareceu Amon. Enquanto achava Liliana “observadora” demais (misturado com uma pitada de inveja pela vida alheia), Amon me deixou revoltada com sua atitude de “você vem comigo” e “vou fazer um encantamento aqui para usar os seus órgãos já que não tenho os meus, mas ó, não se preocupa não, só vou pegar toda a sua energia”. É claro, essas foram as primeiras impressões.
Com o passar das páginas, não tive como resistir e cai de amores por Amon – mesmo ele estando 50% do tempo fora do lugar, outros 45% do tempo arrastando Lily por aí e, bem, ser uma múmia –, as palavras que tem para sua Nehabet são tão bonitas... e irresistíveis. Aos poucos fui sendo conquistada por Amon e sua jovem Lily e me envolvendo com suas aventuras e discussões (que, acredite, acontecem mais vezes do que esperava). Falando nisso, Lily é mais corajosa do que pensava. Ela está completamente fora de seu ambiente e mesmo assim se preocupa com Amon e está disposta a dividir sua energia com ele.
Em O Despertar do Príncipe, Colleen não se preocupa muito em mostrar um romance (mas isso não quer dizer que não há, espere apenas um minuto que irei chegar lá), mas sim em retratar a jornada de uma pessoa sobrehumana que está debilitada por várias razões e precisa da ajuda de uma adolescente americana para acordar os irmãos e realizar uma cerimônia capaz de proteger o mundo por mais um milênio. A narrativa mistura em sua trama lendas egípcias e cria sua própria versão – eu não sou nenhuma perita em mitologia (não sou mesmo), mas realmente não vejo problema nenhum um falar de deuses e contar sua própria versão da história, para falar a verdade, acho bem legal. Na minha opinião, a escrita de Houck é sempre muito bem amarrada, com cenas bem descritas e lugares diferentes.
E o mais importante: Não tem um triângulo amoroso.
Isso mesmo. Não. Tem. Triângulo. Amoroso.
Uma coisa que me incomodou muito na Saga dos Tigres foi o triângulo amoroso entre Kelsey e os dois irmãos e você não imagina o alivio que senti quando percebi que não teria nada disso aqui. Amon tem irmãos, sim, mas nenhum de seus dois irmãos estão interessados em Lily romanticamente falando – eles a protegem e ajudam [e curam], mas como irmãos. É um sopro refrescante. E já que estou falando em relacionamentos amorosos... O amor entre Amon e Lily é gradual. Acompanhamos os pensamentos de Lily, então sabemos que aos poucos ela vai percebendo que gosta de Amon não apenas por causa da ligação que há entre eles, mas porque ele é um deus do Egito lindo com cabelos maravilhosos e peitoral super definido com calor do sol e ainda brilha no escuro igual uma lanterna homem honrado e com um senso de dever enorme, além de se preocupar com o quanto ela come (e não no sentido de “você está gorda”, mas ao contrário). Tudo bem que é um pouco estressante ver o quanto Amon força para não se comprometer com Lily, mas, bem, nem mesmo os deuses são perfeitos.
Falando em perfeição, os dois irmãos do escolhido de Amon-Rá são muito interessantes. Asten e Ahmose possuem personalidades ótimas – e sinceramente espero poder ver mais deles no próximo volume. Enquanto Asten, o mais divertido dos três, possui o poder das estrelas, Ahmose, o mais forte, possui o da Lua e, somados aos poderes do sol de Amon, os três derrotam Seth milênio após milênio. Além deles, temos também o doutor Hassan, um senhor bondoso que tem um papel importante nos acontecimentos (que eu não posso te contar porque, bem, não quero te passar nenhum spoiler).
Colleen Houck traz uma história repleta de detalhes e personagens ótimos e merece que você perca algumas horas lendo suas linhas – porque você precisa desse livro, você não sabe que precisa dele até começar a ler, acredite em mim.