O livro dos seres imaginários
O livro dos seres imaginários
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O jeito que Borges dispõe suas entradas quase catalográficas gera sobreposições e análises comparativas muito instigantes.
O texto me convidou a refletir sobre a potência do imaginário humano, suas convergências e divergências, e sobre a pura quantidade de mitos e fantasias que já criamos, como espécie, a fim de dar algum sentido à nossa existência no cosmos.
Merecem destaque, ao meu ver: o quimerismo - como estratégia de criação de fauna fantástica, misturando outros animais conhecidos - que está presente na maioria absoluta desses seres; os “animais esféricos”, os quais o autor usa para explorar os momentos ao longo das eras em que a humanidade tratou astros e planetas como seres vivos; e a inclusão de animais “sonhados” por célebres autores relativamente recentes, como Kafka ou Poe.
Cabe também citar que o estilo de escrita de Borges, aqui, não difere muito da maioria dos seus contos que já tive contato. Ele dá aos mitos e cosmogonias um ar de História, com H maiúsculo, incluindo autores e referências, e nunca desrespeitando as origens desses seres.