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Em 1975, um ano após a Revolução dos Cravos, Portugal perde as suas colônias. Em poucos meses, o país recebe mais de meio milhão de retornados, que de uma hora para a outra precisam abandonar suas casas. É nesse contexto que o leitor poderá conhecer a história do narrador- Rui, um adolescente nascido em Luanda.
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Durante toda a minha vida ouvi os meus familiares dizerem “Como é que te lembras dessas coisas todas?”. A resposta é esta: “Era muito miuda, tinha uma idade que me permitia decorar sem julgar. Portanto, pude congelar tudo.”
“Li” pela primeira vez em audiobook e não foi nada fácil! A narração humana ficou a cargo de Maria José Alegre. Embora com um timbre de voz suave acho que faltou entusiasmo e por vezes o tom embalou-me nos braços do Morfeu. A “leitura” através de audiobook acaba por ser mais rápida mas fez-me falta a possibilidade de tomar notas (mesmo que electrónicamente) nas passagens que julguei importantes ou que posteriormente gostaria de reler.
Embora a história seja sobre uma família de Angola que regressa à metrópole, acho que a maioria dos que regressaram em 74/75/76, mesmo de outras províncias ultramarinas, se revêem nas palavras, sentimentos e dificuldades a que uma mudança tão grande obrigou.
A maioria dos que regressou a Portugal sofreu na pele a discriminação por parte daqueles que por algum tempo se julgaram portugueses de primeira. À distância do tempo quero acreditar que todos eles tinham era inveja dos que tinham conseguido dar o salto, para paragens com um clima fantástico e com uma liberdade um pouco diferente daquela que se via em Portugal.
Foi com emoção que ouvi novamente certas palavras que se usavam na altura e que estavam perdidas na minha memória.
Senti falta de um aprofundamento dos acontecimentos históricos. Não gostei das repetições excessivas de algumas palavras, como: metrópole, a Mãe, o Pai, os pretos.