Os despojos do dia
Os despojos do dia
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Uma leitura muito diferente daquilo a que estou habituada. Demorei um pouco a acostumar-me ao estilo de escrita de Kazuo Ishiguro, mas quando me habituei comecei a adorar!
Um livro um tanto ou quanto erudito mas que não se torna difícil de ler por causa disso, ao contrário do que eu pensei quando li as primeiras 30/40 páginas.
Estou positivamente surpreendida com esta leitura e mal posso esperar por ler outras obras do autor.
3,5/5
Kazuo Ishiguro - Prémio Nobel de Literatura, 2017“que, em romances de grande força emocional, descobriu o abismo sob nosso ilusório senso de conexão com o mundo”Kazuo Ishiguro (Ish para os amigos) nasceu em Nagasáqui – Japão - 1954, mas desde os cinco anos que vive no Reino Unido. Estudou inglês e filosofia na Universidade de Kent e tirou o mestrado em escrita criativa na Universidade de East Anglia. Antes das primeiras publicações de contos na revista “Granta” e do primeiro romance lançado em 1982 — [b:As Colinas de Nagasaqui 16048866 As Colinas de Nagasaqui Kazuo Ishiguro https://images.gr-assets.com/books/1348691220s/16048866.jpg 1676317], trabalhou a ajudar sem-abrigo em Londres. Em 1983 foi considerado um dos melhores novos escritores britânicos. Os despojos do dia é a sua terceira obra, vencedora de um Man Booker e adaptada ao cinema em 1993.O romance começa em Julho de 1956. Um americano (novo-rico) comprou recentemente Darlington Hall, perto de Oxford, e no pacote vem um mordomo. Ele é o narrador e o protagonista e esta é uma história de dignidade e grandeza, de perda e arrependimento.Stevens, um homem impiedosamente formal cuja busca pela “dignidade” o leva a negar, durante todo o romance, os seus próprios sentimentos.Durante 6 dias, o tempo que leva a fazer uma viagem de carro pelo campo inglês, Stevens vai recordando o seu trabalho, entre 1920-1956, em Darlington Hall. Descreve os grandes e elaborados jantares, as personagens importantes e elegantes que ficavam na mansão, as cimeiras organizadas pelo Lord Darlington, mas também relata outras histórias sendo a mais notável o relacionamento com a senhorita Kenton.Os Despojos do dia é uma alusão ao declínio do Império Britânico e da sociedade que produzia este tipo de serviçais, mas também ao que resta da vida de Stevens e o que ele irá fazer com ela.Gostei da escrita cuidada e complexa, mas gostei acima de tudo da forma como ele constrói personagens estranhos e reprimidos – Meu Deus do céu, Stevens é um chato de galochas!!!