«Toda a capacidade que existe no melhor de José Saramago ao surpreender no desenrolar a tela onde pinta os seus romances com soluções inimagináveis.» João Céu e Silva, Diário de Notícias Numa estrada adormecida da Galiza, dois homens atropelam um javali. A visão do animal morto na estrada levará um deles - Saldaña Paris, um jovem poeta mexicano de olhos azuis inquietos - a puxar o primeiro fio do novelo da sua vida. Instigado pelas confissões desconjuntadas do poeta, o seu companheiro de viagem - um professor universitário divorciado - irá tentar descobrir o que está por trás da persistente melancolia de Saldaña Paris. A viagem de descoberta começa com a leitura de um manuscrito da autoria da ex-mulher do mexicano, Teresa, que morreu há pouco tempo e marcou a vida do poeta como um ferro em brasa. O narrador não poderia adivinhar (porque nunca podemos saber as verdadeiras consequências dos nossos actos) que a leitura desse manuscrito teria o mesmo efeito sobre a sua vida. As páginas escritas por Teresa revelam a sua adolescência no seio de uma família portuguesa contaminada pela desilusão: um pai ausente e alcoólico, um tio aventureiro e misterioso, uma mãe demasiado protectora. Mas o que ressalta com maior vivacidade daquelas páginas é o relato enternecedor do seu primeiro amor, ao mesmo tempo que começam a insinuar-se na sua vida realidades grotescas e brutais. Confrontado pela primeira vez com a suspeita dessa terrível possibilidade, Saldaña Paris mergulha numa depressão profunda. Determinado em libertar o amigo do poder corrosivo do mal, o nosso narrador compõe então, peça a peça, a biografia involuntária dos dois amantes. Uma biografia que passa pelo desvelar do passado, para que este não contamine irremediavelmente o futuro. Nesta dupla tentativa de salvação (a do amigo mas também a sua própria), o professor irá procurar encontrar «as coisas certas» queainda nos definem como humanos e resgatar a possibilidade de um futuro com dias felizes. Sobre João Tordo: «Temos escritor.» Pilar del Río «O Prémio José Saramago merece este criador. E João Tordo faz jus pleno a um prémio que leva a notável chancela Saramago.» Nelida Piñon, membro do júri do Prémio Literário José Saramago «Uma das melhores vozes da ficção portuguesa.» Francisco José Viegas, Correio da Manhã «Um enorme romancista que nos redime do horror, como os grandes mestres, pela força misteriosa da escrita.» António-Pedro Vasconcelos, Sol
Reviews with the most likes.
There are no reviews for this book. Add yours and it'll show up right here!