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ever feel alienated and/or depressed and/or anxious and want to read very pretentious words about it —- this is the book for you
Definitivamente um dos livros mais poéticos que eu já li. Amei acompanhar os pensamentos de Bernardo Soares, pseudônimo de Fernando Pessoa, e suas reflexões em relação à vida, às pessoas e à sociedade em que estava inserido. Amei, principalmente, as descrições quase românticas de uma Lisboa em 1930.
Gosto da intimidade com que somos convidados a apreciar este livro inacabado, assim como gosto das passagens introspectivas e reflexivas que Pessoa nos traz. As reflexões que parecem lhe fazer refletir, mesmo que nem sempre concordando com o que é dito, as emoções tão únicas que conseguiriam ser encapsuladas em palavras tão universais.
Se ver escrito em algumas das páginas deste livro é um daqueles sentimentos de estranha melancolia e felicidade, em parte por saber que estes sentimentos são tão solitários, em parte por saber que essa solidão pode ser compartilhada. Para mim, uma das passagens mais específicas, mais interessantes, que mais me tocou, foi quando Pessoa comenta sobre o tédio e a prisão infinita que este é.
Livro muito bem escrito, pretendo relê-lo novamente num futuro não tão distante.
I held the belief that one perfect work is enough to give an artist the taste of immortality, after death if not while alive. The Book of Disquiet made me rethink my stance. Even an unfinished book, a jumble of notes rather, can do full justice to its name and can place the author among the best of the best.
So, what kind of book is it? It is NOT an autobiography. At least not in the sense we use this term. It is an autobiography of a Persona of Pessoa (a Persona is not only a character, but it is also a more intimate thing, an extension of Pessoa). Then also, it is not an autobiography as we know. It is, as aptly put in the preface, a biography without events.
Without events, but not without thoughts or feelings. Pessoa is a man of both the 19th and 20th centuries. Myths are just stories, gods are long dead. A modern man, thinking man could not believe in God anymore. Yet, nothing is there to replace God with. Morality, ethics, everything was in dire need of redefinition. This void, along with long-standing unanswered questions in philosophy, blended into a disquieting lament. Anguish, profound anguish, but not for happiness but freedom from even the need for happiness.
Most of the entries are introspective. Only a handful of them deals with the exterior and even in those entries exterior is only a backdrop. All of them are monologues, are streams of consciousness flowing naturally, beautifully. And it is disquieting. Disquieting to the point where you might question the life you lived by far, the reality as we know it, and all the values handed down to us.
Prefiro claramente o diário disperso do que os texto grandiosos. Existe algo melhor na metafísica deprimente diária do que a metafísica repensada de Bernardo Soares.
Bem que poderia se chamar “livro das reclamações”.
Bernardo Soares é eloquente demais para que eu me afilie com simpatia a sua visão melancólica e tediosa das coisas. Há certo senso de autoimportância na linguagem que, embora bem sirva para o personagem Bernardo Soares como artista - isolado do mundo e das coisas, dedicado a seu ofício de sonhador -, pesa muito no sentido de desprezar o que ele toma como lucidez e classificá-la apenas como mais uma interpretação arrogante do mundo. Sendo franco, é como se ele quisesse nos provar constantemente que sua posição no mundo e visão da realidade, precisamente por ser desimportante, é a mais importante porque baliza a sua elevação artística. Típico caso de soberba disfarçada de autodepreciação.
O fato de que o livro é elaborado em fragmentos dispersos faz com que logo a leitura perca o impulso. Logo Livro do Desassossego se torna repetitivo e cansativo. Os trechos potencialmente interessantes se perdem em meio ao mar de repetições de melancolias em suas mais variadas formas. Como a linguagem não se modifica e tampouco o personagem parece evoluir em suas reflexões, a leitura se torna penosa.
O livro tem trechos excelentes e é bem escrito, mas não consegui apreciar tanto quanto gostaria. Amo Fernando Pessoa, mas não rolou dessa vez.
Rip Fernando Pessoa, you would have loved the notes app.
Stars off for being too damn long, and too repetitive. Lots of stars for cataloguing thoughts and experiences I've never seen committed to the page before.